Análise do padrão de metilação do gene SOX17 e expressão de microRNAs ao diagnóstico de síndrome mielodisplásica e citopenia Idiopática de significado indeterminado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Monteiro, Fernanda de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/157129
Resumo: Síndromes Mielodisplásicas (SMDs) é a denominação de um grupo de doenças neoplásicas clonais das células hematopoéticas, mais frequentemente observadas em idosos, caracterizadas por citopenias, displasia, hematopoese ineficaz e risco elevado para leucemia mielóide aguda (LMA). Citopenia(s) persistente(s), por mais de seis meses, e ausência de critérios diagnósticos para SMD, caracteriza a Citopenia Idiopática de Significado Indeterminado (ICUS). ICUS foi definida recentemente e é pouco conhecida quanto aos fatores etiológicos. Já as SMDs são consideradas protótipos de doenças epigenéticas, uma vez que distúrbios na metilação de alguns genes que regulam proliferação e diferenciação celular têm sido considerados fatores causais. O gene SOX17, por exemplo, é um supressor de tumor expresso em vários tecidos e alterações no seu padrão de metilação já foram observadas em tumores sólidos e neoplasias hematológicas, entretanto, foram pouco estudadas nas SMDs e não há descrições de estudos em ICUS. Do mesmo modo, alguns microRNAs vem sendo utilizados como marcadores moleculares para diagnóstico e prognóstico para diversas anormalidades hematológicas, mas seu papel na etiologia e desenvolvimento das SMDs também é pouco conhecido. Neste contexto, este estudo propos investigar o padrão de metilação do gene SOX17 por MSP-PCR em células da medula óssea (MO) de pacientes com SMD e ICUS ao diagnóstico, e analisar alterações no padrão de expressão de microRNAs por RT-PCR em células da MO de adultos e de crianças com SMD. Em adultos foram investigados os microRNAs miR126, miR29a, miR20a, miR181a, miR19b, miR21, miR155, miR146, miR22, miR193, miR26a e miR29b, e em crianças, os microRNAs miR193, miR29b miR22 e miR26a. O padrão de metilação do gene SOX17 foi analisado em 26 pacientes com SMD e em 15 pacientes com ICUS. A hipermetilação da região promotora do gene foi identificada em 57,7% dos indivíduos com SMD e em 53,3% daqueles com ICUS, sugerindo que o silenciamento do SOX17 pode ser um evento frequente e participar do curso inicial destas doenças. A análise dos microRNAs foi realizada em 55 pacientes adultos com SMD e em oito controles saudáveis. Dos 12 microRNAs testados, sete apresentaram padrão de expressão anormal em relação ao grupo controle, e dos quatro micros investigados em 28 pacientes com SMD infantil, os micros, miR193, miR29b apresentaram expressão diminuída em relação ao grupo controle em aproximadamente 70% dos pacientes analisados e a expressão do miR22 foi maior em mais da metade das amostras analisadas, enquanto uma expressão diminuída do miR26a foi observada em 28 (100%) dos pacientes analisados. Considerando-se que os microRNAs estudados podem atuar como reguladores da hematopoese, os dados revelam a importância dos microRNAS na etiologia das SMDs, sugerindo esses como possíveis biomarcadores diagnósticos para a SMD adulto e infantil.