Empresariado e política externa brasileira: a Confederação Nacional da Indústria e o processo de acessão do Brasil à OCDE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Morais, Guilherme de Paiva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
CNI
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/250578
Resumo: O ingresso do Brasil na OCDE tornou-se, desde o pedido oficial de ingresso anunciado pelo governo de Michel Temer em 2017, prioridade da agenda internacional da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a qual passou a atuar como um dos principais sustentáculos à negociação para o alcance de tal objetivo. A CNI passou a incluir o ingresso do país na OCDE em sua pauta prioritária, empreendendo esforços tanto na articulação interna com outros atores empresariais e políticos, quanto na articulação externa com suas congêneres, para garantir o apoio necessário para o avanço da agenda doméstica e internacionalmente. Diante disso, propõe-se, através da análise qualitativa de bibliografias, documentos oficias, pronunciamentos, entrevistas e reportagens, explorar e compreender, em sua dinâmica, a conformação de interesses da Confederação Nacional da Indústria em relação à política externa brasileira a partir de 2014, tomando como base a agenda internacional da indústria e sua priorização das negociações para a entrada do Brasil como membro pleno da OCDE, a qual expressa a evolução das posições da CNI e reflete suas redefinições no sentido da agenda liberal. Defende-se, portanto, que, desde 2016, o principal objetivo da Confederação Nacional da Indústria tem sido reestruturar o país e suas instituições através de instrumentos de governança internacional e das demandas liberais promovidas pelos países desenvolvidos, aderindo a padrões, sistemas e comportamentos identificados como sendo de interesse do empresariado industrial nacional. Logo, o ingresso na OCDE seria a principal estratégia da instituição para reformas domésticas através de um lock-in entre os padrões da organização e a legislação brasileira.