A literatura juvenil de Luís Dill (1965): o estético e o social na narrativa contemporânea

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Almeida, Aline Barbosa de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204174
Resumo: A narrativa brasileira contemporânea propõe vários desafios no que diz respeito à sua análise. Entre eles destaca-se a reverberação do contexto mercadológico na produção de obras juvenis. Nesse contexto, a presente tese analisa, interpreta e categoriza as configurações do projeto literário do escritor gaúcho Luís Dill (1965) no entrecruzamento de arte e indústria cultural, procurando compreender como se constitui o capital simbólico correspondente à produção da literatura juvenil produzida pelo escritor. A pesquisa é de perspectiva bibliográfica, com um corpus de 31 obras submetidas à grade de análise literária desenvolvida por Ceccantini (2000), tendo constituído a base metodológica para formularmos as primeiras categorias de análise da estética do escritor gaúcho. Os conceitos de Candido (1980), Bourdieu (1996), Cruvinel (2009), Villa-Forte (2019), Benjamin (2000), Eco (2001), Borelli (1996), Pellegrini (1999) entre outros estudiosos da área, foram nosso suporte teórico para se examinar a relação entre escritor, mercado, obra e leitor. Diante dessas reflexões, evidenciou-se que Dill é um autor que se formou e se forma à medida que o mercado interfere em sua produção, posto que é um escritor que consegue manter uma relação harmoniosa e significativa com o mercado editorial. O escritor gaúcho se submete às regras do jogo da arte, correspondendo não só aos aspectos almejados pelo mercado e o público, mas também aos seus, enquanto escritor engajado em formar leitores e produzir uma literatura de qualidade. Além disso, conceituamos o diálogo direto que Dill faz com os textos clássicos e a integração da linguagem das redes sociais e cinematográficas na estrutura do texto literário. Tais aspectos funcionam como modificadores da estrutura do romance juvenil, o que nos levou a questionar e refletir sobre a unidade do gênero e como ele se molda para corresponder às expectativas do público. Portanto, o projeto literário de Luís Dill apresenta-se como pluridimensional, posto que integra múltiplas linguagens para significar e potencializar a estrutura do texto e a fruição do leitor. Dill configura-se, assim, como um escritor de nosso tempo, com um olhar sensível para se apropriar daquilo que nos é contemporâneo, ressaltando valores estéticos e sociais no conjunto das suas obras.