Entre a Palma e o Machado: consciência de nação na literatura peruana e brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Benites, Ivanna Carrillo [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/258533
Resumo: A presente dissertação compara a literatura peruana e brasileira, utilizando as obras de Ricardo Palma e Machado de Assis para investigar como cada autor contribuiu para a construção de uma consciência nacional em seus respectivos países. O estudo parte da ideia de que, apesar da proximidade geográfica, há um distanciamento cultural entre Peru e Brasil, intensificado por fatores como a língua e o eurocentrismo. A autora destaca que tanto Palma quanto Machado vêm de origens modestas e tiveram carreiras literárias que se iniciaram no jornalismo, publicando crônicas e narrativas que refletiam sobre a sociedade de suas épocas. Ambos utilizaram o humor e a ironia como ferramentas literárias para criticar as injustiças sociais e promover a construção de identidades nacionais. A dissertação aborda a crônica, especificamente da série “Ao Acaso” (1864-1865) e a Tradición, (1872- 1883), como gêneros centrais para essa construção identitária, explorando como essas formas narrativas permitiram aos autores registrar eventos históricos e culturais de maneira acessível e popular. Além disso, a pesquisa se apoia em teóricos como Antonio Candido (1992; 1993) e José Carlos Mariátegui (2016) para discutir a importância da literatura como um sistema social, no qual escritores, leitores e a linguagem desempenham papéis interdependentes. A dissertação também destaca a influência da imprensa no processo de independência de ambos os países, mostrando que os jornais serviram como canais para a disseminação de ideias revolucionárias e para a formação de uma nova ordem política. Ao final, ao comparar os textos de Palma e Machado, a autora conclui que é possível identificar as semelhanças e diferenças no modo como ambos os autores contribuíram para o fortalecimento de uma identidade nacional no Peru e no Brasil, deixando um legado literário significativo que continua a influenciar as gerações posteriores.