Modalizações da gaucherie em autores brasileiros e portugueses contemporâneos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Aleixo, Olinda Cristina Martins [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/103701
Resumo: A arte contemporânea apresenta-se como palco de experimentações e intensificação de estratégias de elaboração estética que promovem o questionamento e a problematização do fazer artístico. Dentre os inúmeros recursos que engendram esse desafio, destaca-se aqui a gaucherie, procedimento discutido pelo crítico Roland Barthes e que atua com um viés crítico e irônico, atribuindo ao objeto artístico um proposital aspecto de “rebaixamento”, ou, como o prório nome sugere, um caráter de “desvio” por ser “canhoto”, “torto”, e, por extensão, aparentemente “desajustado”, “mal feito”. Nesse sentido, esta tese discute especificamente o funcionamento da gaucherie na literatura, buscando evidenciar que essa sensação de “desvio” ou “rebaixamento” é atingida a partir de um trabalho com a linguagem calcado na exploração da fala coloquial, do discurso do senso comum, de imagens que assimilam as categorias contra-sublimes, como o grotesco, o kitsch, o mau gosto e as manifestações do riso (comicidade, paródia, carnavalização), dentre outros recursos. Para tanto, são analisados textos dos autores brasileiros Dalton Trevisan e Hilda Hilst, e dos portugueses José Cardoso Pires e Adília Lopes. Tais obras revelam tratar-se de um procedimento marcado pela extrema consciência na inserção desses aspectos, o que culmina em um movimento autorreferencial, pois a obra expõe à discussão o seus próprios mecanismos de construção. Com isso, são gerados curiosos efeitos de ironia, visto que o texto convida o leitor a lançar um olhar crítico e sintonizado com o modo peculiar como essas produções leem a própria arte, relativizando as noções pré-concebidas acerca do fazer literário