Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Souza, Nathaly Freitas de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/213739
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Resumo: |
As quedas são uma das principais causas de morbidade e mortalidade na população idosa. Aumento na incidência de quedas tem sido associado à deterioração no controle do olhar e da postura impactando os mecanismos de integração multissensorial. Idosos caidores apresentam maiores oscilações corporais e exibem redução nos movimentos sacádicos dos olhos quando comparados aos idosos não caidores. Neste contexto, estudos têm apontado que tanto as informações visuais contidas na retina quanto aquelas advindas dos movimentos dos olhos influenciam as respostas posturais dos idosos. No entanto, apesar da importância da estabilização visual para o controle da postura, há uma escassez de informação sobre se haveriam comprometimentos nos mecanismos visuais para o controle da postura em idosos com histórico de quedas. Portanto, o objetivo do presente estudo foi investigar o efeito dos movimentos dos olhos no controle postural e no desempenho do olhar de idosos caidores e não-caidores frente à diferentes tarefas visuais e manipulações do fluxo óptico. Quinze idosos não caidores (69,8 anos, ± 3,2) e quinze idosos caidores (71,1 anos, ± 6,4) realizaram, inicialmente, as avaliações, Berg Balance Scale, (BBS) e Falls Efficacy Scale International (FES-I), a fim de caracterização da amostra. Posteriormente, os mesmos foram solicitados a permanecer sobre a plataforma de força, dentro de uma sala-móvel, utilizando um rastreador ocular. Foram realizadas quatro tarefas visuais, com diferentes demandas atencionais: alvo estacionário (fixação); alvo previsível e alvo imprevisível (movimentos sacádicos dos olhos); e olhar livre. Os participantes deveriam direcionar os olhos ao alvo (três primeiras tarefas) ou olhar livremente para a cena visual. A frequência de aparecimento do alvo nas tarefas sacádicas de alvo previsível e imprevisível foi de 1,1 Hz. Dezesseis tentativas foram divididas em dois blocos, sendo que no primeiro bloco a sala permaneceu estacionária e, no segundo, a sala foi oscilada com amplitude de 0,6 cm e frequência de 0,2 Hz. Em ambos os blocos, foram realizadas, aleatoriamente, duas tentativas de cada tarefa visual. Para analisar o perfil dos participantes foram computadas as médias e desvios-padrão dos resultados da Escala de Berg e do FES-I. Para analisar o desempenho do controle postural durante a realização das tarefas visuais, nas condições de sala estacionária e sala móvel, foi calculada a amplitude média de deslocamento do COP, nas direções antero-posterior (AP) e médio-lateral (ML). Para verificar o acoplamento entre o deslocamento do centro de pressão (COP) e o movimento da sala foram calculadas as variáveis dependentes: ganho, fase e coerência entre o deslocamento do COP e o movimento da sala; e a variabilidade de posição e velocidade do COP. Para analisar o comportamento do olhar nas tarefas visuais, foram calculadas as variáveis: número de fixações, duração média das fixações, variabilidade da fixação do olhar, tempo de resposta do olho e os erros sacádicos, sendo estas duas últimas apenas para as tarefas de alvo previsível e imprevisível. Foram realizadas análises de variância (ANOVAs) com medidas repetidas para cada variável dependente. Os resultados mostraram atenuação da oscilação corporal de ambos os grupos (idosos caidores e não caidores) nas tarefas sacádicas de alvo previsível e alvo imprevisível em comparação às tarefas de alvo estacionário e olhar livre durante a condição de sala estacionária. No entanto, durante a condição de sala móvel, apenas os idosos caidores reduziram a magnitude de oscilação corporal. Ainda, a oscilação corporal de idosos caidores foi mais fortemente acoplada ao movimento da sala e com maior variabilidade de posição em comparação aos idosos não caidores. Porém, as tarefas sacádicas reduziram a influência da estimulação visual sobre a oscilação corporal similarmente em ambos os grupos. Com relação ao comportamento dos olhos nas tarefas visuais, idosos caidores mostraram maior variabilidade de fixações e nenhuma modulação no tempo de resposta do olho durante tarefas sacádicas. Pode-se concluir que os movimentos sacádicos dos olhos reduzem a influência da estimulação visual na oscilação corporal de idosos, independentemente de seu histórico de quedas. No entanto, nota-se que os idosos caidores possuem maior deterioração do controle postural e oculomotor o que pode ser usado como um preditor para o risco de quedas nesta população. |