Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Araújo, Jordeanes do Nacimento [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/182586
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Resumo: |
Busquei construir nesta tese uma reflexão sobre as formas de resistência indígena presentes no final do século XX e o fenômeno da liderança Tupi-Kagwahiva que se reatualiza, se reconfigura politicamente na primeira década do século XXI e que serve de modelo e experiências sociais para outros povos da região do Sul do Amazonas. Para além disso, dediquei-me ao entendimento das formas segundo as quais os povos indígenas, sobretudo os Tenharin, Parintintin, Jiahui e Mura se relacionaram com a empresa extrativista, com respeito a seus territórios. Inicialmente marcadas por enfretamento físico, a partir de correrias e guerras, as próprias estratégias étnicas foram se modificando ao longo dos anos. Nesse processo de territorialização em que se deu o esbulho do território indígena, novos processos de intrusão foram surgindo, como a presença do Serviço de Proteção Indígena – SPI, em 1920. A relação direta com o não indígena permitiu traçar novas estratégias de resistência indígena na contemporaneidade. Nesse aspecto, foi preciso compreender a relação da castanha com os Kagwahiva, com os comerciantes, desde o processo de transformação em mercadoria no tempo do patrão até o momento contemporâneo, pois a transformação não ocorre somente com o agenciamento da castanha. Todos se transformam nesta relação política e simbólica da circularidade de Nhanhã. Nesta perspectiva, procurei, aqui, contextualizar como as lideranças Kagwahiva concebem e vivenciam a presença da estrada – a Transamazônica, ou, como eles denominam em Tupi Kagwahiva, Pepuku’Hua – como um drama social interminável. Sendo assim, é mister que seja problematizado o modo como a modificação da paisagem natural, no caso a construção da Transamazônica, transformou as percepções de mundo Kagwahiva. Problematizei o papel das lideranças políticas indígenas no que toca às suas ações dentro e fora das associações indígenas Kagwahiva. E, para tanto, examinei como a efetiva participação política das lideranças no contexto urbano transformou-as em lideranças de qualidade, reconhecidas tanto por seu grupo doméstico político quanto por outras lideranças dentre os Povos Kagwahiva. |