Desenvolvimento, validação e implementação de protocolo de telemonitoramento de pacientes pós alta com COVID-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Janaina Cristina Celestino
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/250471
Resumo: Introdução: A COVID-19 representou a maior dificuldade sanitária em escala global do século XXI e suas complicações tardias ainda são pouco conhecidas. O manejo ideal para o paciente acometido deve ser realizado através da integração de todos os níveis de atenção à saúde. Objetivo: integrar um serviço de referência de alta complexidade para tratamento de pacientes com COVID-19 com a atenção básica através de uma sistematização da assistência de acompanhamento domiciliar após a alta hospitalar. Método: Estudo prospectivo de outubro de 2020 a outubro de 2021 no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, envolvendo pacientes de 13 municípios da DRS-VI – Polo Cuesta do estado de SP. Os participantes do estudo foram indivíduos maiores de 18 anos, hospitalizados com diagnóstico de COVID-19. Após a alta hospitalar, os pacientes foram acompanhados pelo período de 90 dias, com registro e monitoramento sobre cumprimento de isolamento e complicações tardias identificadas pelo instrumento de sistematização desenvolvido e validado nesta pesquisa. No período de monitoramento, foi utilizada uma plataforma virtual, para a integração do hospital com as Unidades Básicas de Saúde do município de origem do paciente. Resultados: foram acompanhados 302 pacientes, com média de 12 dias de internação. Destes, 54,3% eram do sexo masculino com média de idade de 57.51 anos, 46,69% com ensino fundamental, 51,35% com alguma comorbidade associada, sendo mais prevalentes a cardiopatia e hipertensão. Identificou-se que 64,9% dos indivíduos ficaram em leito de enfermaria e não precisaram de ventilação mecânica. Foi observado que 62,91% dos pacientes não necessitaram de recomendação para isolamento após a alta hospitalar pois no momento da alta já tinham cumprido o período de isolamento. Constatou-se baixa adesão das unidades básicas na utilização à plataforma disponibilizada (13,56%) para contato com o hospital terciário sobre os pacientes. Durante o período de monitoramento foi identificado maior cumprimento das orientações de alta nos primeiros 15 dias, com um declinio entre 45 e 90 dias. As complicações tardias idenficadas foram cansaço ao caminhar (77.81%), mialgia (28.47%) e cansaço ao realizar atividades rotineiras (22.18%). Entre 45 e 90 dias , 47% dos pacientes ainda relatavam cansaço , 2.3% tosse e 3.9% referiram mialgia. Os demais (46.8%) relataram desaparecimento total dos sintomas. Dos pacientes que receberam alta hospitalar, 2,64% necessitaram de reinternação por complicações, no periodo de até 90 dias. Observou-se maior risco de reinternação nos pacientes que tiveram internação primária inferior a cinco dias em relação aos que foram mantidos por maior tempo internados, assim como maior risco para aqueles que necessitaram de ventilação mecânica. O isolamento e seguimento nas orientações de alta foram identificados como fator protetor em relação aos que não cumpriram. Conclusão: a sistematização de um instrumento de orientação de alta possibilitou a padronização das informações com melhor compreensão e adesão dos usuários.