Um palimpsesto em andamento: formas e reformas de uma personagem azevediana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Boero, Simone Aparecida Alves Lima [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/103487
Resumo: Este trabalho tem o objetivo de investigar a figura do malandro, num corpus selecionado dentre as obras de Arthur Azevedo, ―maior autor do teatro brasileiro cômico‖, segundo Guinsburg et al (2006). Nossa hipótese é a de que o dramaturgo, na criação dessa personagem central e significativa nas peças referidas, parte da convenção da comédia que estabelece o uso de personagens da camada média ou baixa da população, do substrato do criado astuto da Comédia Nova e de seus congêneres posteriores até chegar ao que denominamos malandro azevediano. Essa figura teria ali duas importantes funções: a de satirizar o governo e as elites por criarem condições para a disseminação tanto dos malandros quanto da malandragem e a de conferir recriação estética aos homens e mulheres, que, por serem do povo, rapidamente seriam esquecidos. A fim de comprovar essa ideia, dividimos o estudo em quatro partes, a saber: a primeira, cujo escopo é conhecer, brevemente, a vida, a obra e a crítica sobre A. Azevedo; em seguida, explanar acerca das relações entre trabalho e ociosidade estabelecidas pelos brasileiros de então, e averiguar, partindo do conceito de ―navegação social‖, os esquemas de sobrevivência empreendidos pelas personagens em algumas cenas do corpus. Na terceira seção, procuramos rastrear a utilização do criado ardiloso, na Comédia Nova, passamos pelos Zanni e por Arlequim, cotejamos ainda as figuras do trickster, do pícaro e a do próprio malandro. Por fim, munidos das noções de cômico e de satírico, buscamos interpretar o malandro presente na dramaturgia azevediana. O referencial teórico usado vincula-se a pesquisas de diversas áreas: antropologia social, dramaturgia, sociologia, historiografia teatral, história da vida privada, literatura cômica e/ou satírica, linguística e outras