Dieta, aspectos bromatológicos e parasitológicos em uma espécie de peixe não-nativa no reservatório de Jupiá, alto rio Paraná

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Garves, José Daniel Soler [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192225
Resumo: Empreendimentos hidroelétricos podem desencadear alterações no ciclo hidrológico, desequilíbrio dos ecossistemas aquáticos e facilitar a introdução de espécies de peixes não-nativas. Contudo, essas espécies também podem apresentar grande representatividade na pesca artesanal e esportiva, tornando-se uma importante fonte de renda local. Dessa forma, o estudo de espécies não-nativas, suas origens, hábitos e posições tróficas, além de suas habilidades que garantem a permanência e o sucesso no estabelecimento em novos ambientes, são relevantes. Dentre tais espécies não-nativas, Geophagus sveni destaca-se como uma das espécies mais importantes para pesca artesanal na região Noroeste do estado de São Paulo. O presente trabalho teve como objetivo caracterizar e correlacionar a composição alimentar, composição bromatológica do tecido muscular, perfil de ácidos graxos do tecido muscular e hepático, além de identificar possíveis parasitos musculares em G. sveni nos períodos chuvoso e seco, no reservatório de Jupiá, alto rio Paraná, Brasil. Foram realizadas duas coletas, uma ao final do período chuvoso (março/2018) e outra ao final do período seco (agosto/2018), no reservatório de Jupiá (20°30'33.4"S 51°27'19.7"W). Os espécimes coletados foram eutanasiados e, em seguida, tiveram mensuradas massa total, comprimento padrão e o sexo determinado visualmente. Geophagus sveni apresentou hábito alimentar detritívoro, além de plasticidade e oportunismo trófico. Sua composição alimentar foi significativamente diferente entre os períodos avaliados, adicionalmente, a composição bromatológica apresentou diferenças significativas entre os períodos e entre os sexos. De forma geral, o tecido muscular foi considerado magro, com menor percentual de lipídeos e maior de proteína bruta. Para o perfil de ácidos graxos avaliado, apenas o do tecido muscular apresentou diferenças significativas entre os períodos chuvoso e seco. Tais resultados sugerem que flutuações sazonais influenciam diretamente a disponibilidade de recursos e consumo de itens alimentares de diversas fontes por G. sveni, o que altera os padrões de incorporação nutricional no tecido muscular da espécie. Além disso, não foram encontrados parasitos intramusculares nos espécimes avaliados, o que confirma que G. sveni, por ser introduzido no reservatório de Jupiá, pode beneficiar-se da Teoria do Escape do Inimigo. Dessa maneira, por ser uma das espécies mais capturadas pela pesca artesanal na região Noroeste do estado de São Paulo e apresentar equilibrado valor energético e nutricional, além de ausência de parasitos no tecido muscular, G. sveni pode ser considerada uma boa fonte de proteína animal baseado nas avaliações realizadas.