A organização dos espaços na Educação Infantil e o processo formativo com o Centro de Convivência Infantil da UNESP de Botucatu/SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Cocito, Renata Pavesi [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/257889
Resumo: Consideramos que organizar os espaços na escola da infância é uma ação intrínseca à prática docente. O espaço torna visível e materializa as intencionalidades do professor, refletindo a interpretação que faz de cada criança e do grupo como um todo, por meio da escuta e da observação atenta. É importante que as crianças que habitam os espaços de Educação Infantil todos os dias, tenham acesso a organizações e arranjos espaciais que valorizem a infância, que dialoguem com seus interesses e necessidades, as considerando sujeitos participantes no processo de organização desses espaços. Nesses termos, o espaço, concebido como um elemento curricular, tem o potencial de atuar como um aliado do professor dentro da escola da infância, e desenvolver essa percepção é uma tarefa essencial para a docência na Educação Infantil. Com esse olhar, estreitamos a relação entre professor, espaço e criança nessa tese e, por meio da formação continuada centrada na escola, desenvolvemos um percurso formativo com 14 professoras do Centro de Convivência Infantil (CCI) da UNESP, campus de Botucatu/SP. Os CCIs atendem crianças de 3 meses a 3 anos e 11 meses de idade, abrangendo a etapa da Educação Infantil correspondente à creche. A pesquisa está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP, campus de Presidente Prudente/SP, na linha de pesquisa "Processos Formativos, Infância e Juventude". O objetivo geral foi planejar e executar ações de formação continuada centradas na escola, com o propósito de fortalecer a prática das professoras da creche no que se refere à organização dos espaços. Discutimos a relevância de um espaço organizado para o desenvolvimento das crianças e para a docência na Educação Infantil. Refletimos também sobre o papel do professor e da formação continuada no processo de organização dos espaços. A investigação pautou-se nos pressupostos teóricos e metodológicos da pesquisa qualitativa, de caráter participativo e interventivo. As intervenções ocorreram de forma on-line e presencial, integradas ao cronograma de formações previstas no calendário do CCI. Os encontros foram realizados à luz do referencial teórico sobre o tema e dos documentos oficiais propostos para essa etapa da Educação Básica, dentro de uma perspectiva de trabalho centrada na escola. Os percursos investigativos emergiram do contato direto com a prática das professoras e das relações estabelecidas ao longo do processo de formação continuada. O trabalho envolveu as seguintes etapas: análise de documentos institucionais, registros fotográficos dos espaços da escola feitos pelas professoras, planejamento e desenvolvimento dos encontros formativos, pesquisa de campo, registros escritos das professoras e análise. A partir desse processo formativo, elaboramos 10 categorias de análise relacionadas à prática docente e à organização dos espaços. A partir do processo de formação continuada vivido com as professoras, elaboramos 10 categorias de análise relacionadas à prática docente e a organização dos espaços. Nesse percurso, compreendemos que as práticas das professoras com relação à organização dos espaços estão alicerçadas na concepção de espaço educador e que elas compreendem os espaços como um instrumento do processo pedagógico. O espaço ainda não é um elemento essencial da prática pedagógica, é importante e necessário, mas ainda é preciso investimentos para que sejam estruturados com maior conexão com as crianças dentro da estrutura que possuem. Assim, é na relação estreita entre professora e espaço, que teremos meios para garantir espaços de qualidade para as crianças, espaços que acolham, provoquem e convidem. Qualidade essa que é centrada na escola, sem medidas ou modelos, mas alicerçada na realidade, com suas possibilidades, dificuldades, desafios e necessidades.