Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Figueiredo, Amanda Menezes [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/192382
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Resumo: |
A deficiência/insuficiência de vitamina D tem aumentado nos últimos anos e tornou-se problema mundial de saúde pública. Além do raquitismo, a deficiência de vitamina D também está associada com maior risco de desenvolver câncer, doenças imunológicas e, inclusive, doenças cardiovasculares. Estes fatores têm incentivado o uso indiscriminado da suplementação de vitamina D na população saudável. Suplementação de vitamina D, em altas doses, promove estresse oxidativo, inflamação, apoptose, altera o metabolismo energético, morfologia e função cardíaca. Adicionalmente, esta suplementação aumenta a concentração sérica de fósforo, que pode estimular a liberação do fator de crescimento de fibroblasto-23 (FGF-23). Esta maior concentração sérica de FGF-23 pode estar associada à remodelação cardíaca. Outros autores sugerem que a ação do FGF-23 no coração ocorre por meio da via de sinalização calcineurina/fator nuclear das células T ativadas (NFAT). Desta maneira, a menor fosfatemia, promovida pelo uso de sevelamer, poderia atenuar as alterações cardíacas provocadas pela suplementação de vitamina D. Assim, o objetivo deste trabalho é verificar se o tratamento com sevelamer diminui a concentração de FGF-23 e, consequentemente, atenua a remodelação cardíaca, decorrente da suplementação de vitamina colecalciferol, em altas doses. Foram utilizados 169 ratos machos da raça Wistar alocados em seis grupos: 1) Grupo controle alimentado com ração padrão (C, n=27); 2) Grupo controle + 3% de sevelamer (C+S, n=26); 3) Grupo suplementado com 3.000UI de colecalciferol/kg de ração (VitD 3, n=29); 4) Grupo suplementado com 3.000UI de colecalciferol/kg de ração + 3% de sevelamer (VitD 3+S, n=29); 5) Grupo suplementado com 10.000UI de colecalciferol/kg de ração (VitD 10, n=29); 6) Grupo suplementado com 10.000UI de colecalciferol/kg de ração + 3% de sevelamer (VitD 10+S, n=29). Após quatro meses, os animais foram submetidos à dosagem de fósforo urinário e avaliação ecocardiográfica. Em seguida foram eutanasiados para coleta de material biológico para realização das análises histológicas, bioquímicas e moleculares. Os dados foram apresentados em média ± desvio ou erro padrão. Para análise estatística foi utilizado o teste ANOVA de duas vias e, para avaliar resposta dose depentende da suplementação de vitamina D, foi realizado o teste de Correlação de Spearman (corrigido por Bonferroni). O nível de significância adotado foi de 5%. Os animais suplementados com colecalciferol apresentaram maior concentração sérica de cálcio, fósforo e 25(OH)D3. Adicionalmente, no miocárdio destes animais, verificamos maior expressão de proteína de interação com a tioredoxina (TXNIP), menor atividade das enzimas antioxidantes (catalase, superóxido dismutase e glutationa peroxidase), modificações no metabolismo energético e alterações morfológicas (maior área seccional do miócito e porcentagem de colágeno). Nos animais que receberam adição de sevelamer observamos maior concentração sérica de cálcio, menor concentração de FGF-23 e menor excreção urinária de fósforo. Também verificamos maior expressão de calcineurina, menor estresse oxidativo (menor concentração de hidroperóxido de lipídeo e maior catalase) e modificação no metabolismo energético no miocárdio destes animais. Além disso, os animais tratados com sevelamer apresentaram alterações morfológicas (maior diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo e maior índice de massa do ventrículo esquerdo) e funcionais (menor tempo de desaceleração da onde E mitral) observadas no estudo ecocardiográfico. Assim, podemos concluir que a suplementação com 12 colecalciferol promoveu, como esperado, alterações cardíacas morfológicas, além de alterações no estresse oxidativo e no metabolismo energético. No entanto, o mecanismo envolvido neste processo não foi via FGF-23 e calcineurina/NFAT. Além disso, o uso do sevelamer, em ratos normofosfatêmicos, promoveu alterações cardíacas morfológicas e funcionais, além de modificar o metabolismo energético. O mecanismo envolvido neste processo pode ter sido via calcineurina/NFAT. |