Atividade epilinguística e ensino de língua materna: uma proposta de gramática reflexiva sobre a marca como para o ensino fundamental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Wamser, Camila Arndt [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/154170
Resumo: Nossa hipótese de pesquisa é a de que o ensino, por meio das atividades epilinguísticas, proporciona ao aluno a apropriação da língua e a autonomia diante do seu uso. Desse modo, contrapõe-se ao método pautado na memorização das regras gramaticais e na separação da gramática e da produção textual. Sustentamo-nos teoricamente na Teoria das Operações Predicativas e Enunciativas, formulada pelo linguista francês Antoine Culioli e que prevê a materialidade da língua – o texto oral ou escrito – como unidade de trabalho do linguista, assim, entendemos que é também a unidade de trabalho do ensino de língua. Com essa concepção, não é possível a dissociação entre texto, léxico e gramática, logo o trabalho do professor é propiciar ao aluno a apropriação da linguagem e essa não pode ser confundida com descrição de língua no ensino. Assim, propõe-se a linguagem para a sala de aula por meio das atividades epilinguísticas. São também objetivos da pesquisa: determinar as operações e processos linguísticos desencadeados pela marca como; identificar a ausência do trabalho reflexivo nas atividades tradicionais do ensino das conjunções e do período composto, especificamente no que se refere à marca como; elaborar um modelo de aula que possa servir de parâmetro para o ensino por meio das atividades epilinguísticas. Para o alcance dos objetivos, dividimos nossa pesquisa em duas partes: uma de análise de enunciados sob os pressupostos da TOPE e outra de um trabalho de prática de ensino por meio de atividades epilinguísticas. A análise dos enunciados visa a encontrar, dentre a variação radical e ambiguidades geradas pela marca como, a invariância que permite essa variação e a passagem de um valor sintático-semântico a outro. Já para o desenvolvimento da parte prática, trabalhamos com três turmas do ensino fundamental na cidade de Caçador/SC no turno vespertino: duas de nono ano da Escola de Educação Básica Dra. Nayá Gonzaga Sampaio; e uma turma de sexto ano da Escola Municipal Pierina Santin Perret. Em uma das turmas de nono ano, realizamos atividades que agissem sob o nível epilinguístico dos alunos, enfatizando as operações desencadeadas pela marca como; na outra turma de nono ano, observamos a metodologia utilizada no ensino tido como tradicional, ou seja, pautado pelo ensino da norma, em suas classificações e regras. O trabalho realizado com a turma de sexto ano, também foi baseado nas atividades epilinguísticas e teve por objetivo demonstrar as diferenças de se propor esse tipo de método a crianças e a adolescentes. Os enunciados trabalhados tanto na análise quanto na prática foram os mesmos, pois somente podemos comprovar nossa tese relacionando esses dois momentos – análise e prática. Desse modo, o trabalho com a marca como mantém a coerência da nossa pesquisa e permite a superação da polarização entre teoria e prática no ensino. Assim, pretendemos comprovar que o ensino por meio das atividades epilinguísticas é mais relevante e significativo, pois possibilita ao discente a elaboração de uma metalinguagem operatória que lhe confere reflexão e autonomia diante dos fatos da língua.