Influência de um scaffold polimérico de nanofibras e de um primer polimérico catalisador sobre a alteração de cor e citotoxicidade do clareamento dental de consultório

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Ortecho Zuta, Uxua
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
• Palavras-chave em Português: Clareamento dental; Peróxido de hidrogênio – Toxicidade; Odontoblastos; Tooth whitening; Hydrogen peroxide - Toxicity; Odontoblasts
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204982

O objetivo deste estudo foi desenvolver produtos poliméricos capazes de atuar como coadjuvantes no clareamento dental de consultório, acelerando a alteração de cor e reduzindo a citotoxicidade deste tipo de terapia profissional. Para isso, foi desenvolvido um scaffold polimérico de nanofibras (ScP) e um primer polimérico contendo a enzima horseradish peroxidase (PrP). Após avaliar os produtos poliméricos quanto sua caracterização, temperatura, pH e seus efeitos na cinética de degradação do H2O2, a influência do uso individual ou associado do ScP e o PrP sobre a alteração de cor promovido pelo clareamento dental de consultório foi determinado em espectrofotômetro UV-Vis (∆E). Para este teste, um gel com 35% de H2O2 foi aplicado por 3x15 min sobre discos de esmalte/dentina manchados artificialmente (n=8), sendo o esmalte previamente recoberto ou não com ScP e/ou PrP. Discos submetidos apenas ao clareamento de consultório ou não tratados foram usados como controles. Para o teste de citotoxicidade, esses mesmos procedimentos foram realizados sobre discos de esmalte/dentina adaptados em câmaras pulpares artificiais (CPAs). Os extratos (meio de cultura + componentes do gel que se difundiram pelos discos) foi recolhido e imediatamente aplicado por 60 minutos sobre células odontoblastóides MDPC-23. Então, a viabilidade (teste de MTT), morfologia (MEV) e estresse oxidativo (carboxy-H2DCFDA) celular foram avaliados, sendo a difusão trans-amelodentinária de H2O2 quantificada (ensaio violeta leuco-cristal). Os dados obtidos foram submetidos ao teste ANOVA, complementado por Tukey, com nível de significância de 5%. O uso individual ou associado dos ScP e PrP aumentou a formação de radicais livres e radical hidroxila (HO•), esses efeitos favoreceram a alteração de cor e diminuição da citotoxicidade dos tratamentos em comparação ao controle, onde apenas o gel clareador foi aplicado sobre o esmalte (p0,05), reduziu a difusão de H2O2, bem como diminuiu o estresse oxidativo celular. Apesar dos melhores resultados gerais terem sido obtidos quando do uso integrado entre ScP e PrP, o procedimento clareador usando os produtos poliméricos ainda reduziu em cerca de 34% a viabilidade das células MDPC-23. Assim, essa mesma estratégia de clareamento passou a ser avaliada em tempos mais curtos (30 e 15 minutos), porém com 3 sessões consecutivas de aplicação. Dentro desta condição, o gel clareador aplicado por 15 minutos sobre o esmalte revestido com ScP e PrP determinou alteração de cor semelhante ao clareamento convencional de consultório e citotoxicidade estatisticamente igual ao grupo onde nenhum tratamento foi realizado sobre os discos de esmalte/dentina (100% de viabilidade celular) (p0,05). Assim, foi possível concluir que o revestimento do esmalte com o scaffold polimérico de nanofibras e o primer polimérico catalisador previamente a aplicação por 15 minutos do gel clareador com 35% de H2O2, além de ter proporcionado alteração de cor semelhante ao clareamento convencional de consultório, também reduziu significativamente a citotoxicidade trans-amelodentinária causada pela técnica profissional.