Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Sousa, Simone Santos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/204768
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Resumo: |
Esta pesquisa tem como ideia central o entendimento do corpo por inteiro como lugar e o agente de formação da cantora e do cantor coralista. Parte da problemática do trabalho de preparação vocal/corporal da cantora e do cantor, a partir das seguintes questões de pesquisa: a) vivenciar corpo/movimento/voz de maneira integrada favorece a aprendizagem do canto? De que maneira? b) que procedimentos metodológicos poderiam ser abordados no trabalho corporal da cantora e do cantor coralista durante sua preparação vocal? Na tentativa de responder a estas questões escolhi o caminho da Educação Somática, que é ao mesmo tempo campo teórico de conhecimento e conjunto de práticas que consideram o corpo do indivíduo uma unidade psicofísica, sem as tradicionais fragmentações a ele impostas. O objetivo desta pesquisa é compreender de que maneira os fundamentos teóricos e práticos da Educação Somática poderiam ajudar a construir uma proposta de preparação vocal em contextos corais fundamentada na ideia de corpo em sua integralidade; “preparação vocal” aqui entendida não apenas como aquecimento ou técnica vocal, mas também como momento de aprendizagem, espaço de formação da cantora e do cantor coralista e lugar de experiências e explorações do ato de cantar; e “corpo por inteiro” significando que o corpo deve ser visto como uma unidade psicofísica que inclui a voz que o expressa. Assim, o trabalho vocal deve ser pensado a partir e através do corpo. O processo investigativo foi guiado pela ideia de cognição como experiência corporificada apresentada pela abordagem atuacionista conforme proposta por Francisco Varela, Evan Thompson e Eleanor Rosch. Configura-se como pesquisa qualitativa de natureza experiencial e descritiva que se aproxima do método cartográfico no que diz respeito à processualidade. O campo empírico do estudo constituiu-se por duas oficinas conduzidas por mim e realizadas no ano de 2018 na cidade de São Paulo. Para as oficinas foi elaborado um plano de ação e criados roteiros dos encontros, construídos com base nos princípios e procedimentos de cinco práticas somáticas: a Antiginástica, o Método Bertazzo, o Método GDS de Cadeias Musculares e Articulares, a Coordenação Motora de Piret e Béziers e a Técnica de Alexander. As oficinas ocorreram em contextos diferentes e foram compostas por grupos diferenciados de cantoras e cantores, com regularidade semanal e ao longo de três meses cada uma. O experienciado e observado durante as oficinas foi registrado em diários de campo; as impressões dos participantes estão documentadas em transcrições de grupo focal e entrevistas individuais. Ao longo do período de campo, foram feitos registros em fotografia, áudio e vídeo. O detalhamento, análise e discussão dos dados produzidos apontam para algumas considerações: 1) uma proposta de preparação vocal fundamentada na somática deve ser construída como um caminho fluido em direção à verticalidade do corpo e ao encontro com o outro e com o grupo; 2) este caminho passa repetidamente, numa organização cíclica, por quatro temas dedicados a aspectos técnico-vocais (postura, respiração, vocalização e repertório) e segue numa experiência contínua de posições e interações (deitados, sentados, em pé; individual, duplas, em grupo); 3) o tempo necessário para percorrer este caminho depende do processo que cada grupo experiencia; 4) tanto os participantes como quem conduz a proposta atravessam um caminho que se assemelha a uma espiral (presente também nos ciclos que constituem a proposta) na qual é possível retornar às experiências de maneira diferente; 5) para conduzir a proposta, uma pessoa deve necessariamente já ter passado pela experiência somática, e compreender que não se trata do que se sugere no processo, e sim do como se sugere o processo; 6) o caminho percorrido envolve escolhas e descobertas, não controle. |