Potencial inseticida das proteínas Cry1Ca e Cry2Ac de Bacillus thuringiensis Berliner para populações de Plutella xylostella (L.) (Lepidoptera: Plutellidae) em laboratório.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Cardoso, Camila Pires
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/182492
Resumo: O cultivo intensivo de Brassicaceae favorece o aparecimento de algumas pragas como Plutella xylostella (Linnaeus, 1758) (Lepidoptera: Plutellidae), a traça-das-crucíferas, cujos danos podem comprometer seriamente a produção. Esse inseto-praga pode ser controlado tanto com inseticidas sintéticos, como com biológicos, sendo, no entanto, usualmente utilizados os sintéticos em seu combate. A traça-das-crucíferas foi a primeira espécie de inseto a ser constatada resistência a inseticidas biológicos, com o uso indiscriminado de inseticidas sintéticos para o seu controle contribuindo também para a seleção de indivíduos tolerantes ou resistentes, além de causar a mortalidade de organismos não alvos. Sendo assim, este trabalho teve por objetivo avaliar a atividade inseticida e os efeitos subletais de duas toxinas lepidóptero-ativas de Bacillus thuringiensis, Cry1Ca e Cry2Ac, em três populações de traças-das-crucíferas, sendo uma delas suscetível (PC) e duas consideradas resistentes (Bt e NO-QA) a toxinas de B. thuringienis, em condições de laboratório. Foram realizados bioensaios de suscetibilidade com as três populações e as toxinas Cry1Ca e Cry2Ac, estimando-se a concentração letal (CL50) e os seus efeitos subletais. A toxina Cry2Ac não causou mortalidade nas lagartas das três populações, então os testes subletais foram realizados apenas com a toxina Cry1Ca que provocou mortalidade. Os parâmetros biológicos avaliados foram: período e peso pupal, sobrevivência larval e pupal, longevidade de machos e de fêmeas e fecundidade. As populações apresentaram suscetibilidades para a toxina Cry1Ca, com comportamentos estatisticamente semelhantes, apresentando valores para CL50 de 0,10 μg/mL, 0,09 μg/mL e 0,13 μg/mL para Bt, NO-QA e PC, respectivamente. A sobrevivência larval foi menor nas três populações quando submetidas a CL25 de Cry1Ca, enquanto o período pupal diminuiu para a população PC com a CL25 e aumentou para Bt e NO-QA. As fêmeas da população PC apresentaram aumento na longevidade como efeito da CL25, enquanto que para Bt e NO-QA não houve alteração. Os machos das populações PC e Bt tiveram aumento da longevidade na CL25, sendo que a NO-QA não apresentou diferença. Em relação à fecundidade de fêmeas, peso de pupas e sobrevivência pupal as concentrações testadas não mostraram interferência. Quanto aos parâmetros de tabela de vida de fertilidade, a população Bt apresentou menores valores médios para a taxa líquida de reprodução (R0), taxa intrínseca de crescimento (rm) e taxa finita de crescimento (), bem como no tempo médio de uma geração (T). A população NO-QA apresentou menores valores para R0 e rm, sendo que a PC não mostrou efeito negativo nos parâmetros da tabela de vida com aplicação de Cry1Ca. Assim, pode-se concluir que a toxina Cry1Ca mostrou-se eficaz contra P. xylostella, com suas concentrações subletais influenciando negativamente nas características biológicas do inseto, enquanto a Cry2Ac não apresentou efeito para as três populações.