Heterogeneidade dos mastócitos e expressão da proteína Anexina A1 em modelo de lesão térmica de segundo grau

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Souza, Helena Ribeiro [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/143044
Resumo: O processo de reparo de lesões térmicas pode ser dividido nas fases de inflamação, proliferação e remodelação. No seu processo de desgranulação, os mastócitos (MCs) liberam fatores quimiotáticos, citocinas e proteases, como triptase e quimase, para o meio extracelular, contribuindo na degradação da matriz lesada e síntese de uma nova. Além disso, estudos indicam que os MCs armazenam a proteína anti-inflamatória anexina A1 (AnxA1), envolvida na inflamação, apoptose, crescimento e diferenciação celular. Contudo, não se conhecem relatos da expressão e função da AnxA1 no reparo de queimaduras. Diante disso, os objetivos desse estudo foram quantificar e avaliar a ativação, acúmulo de histamina e heterogeneidade para triptase e quimase dos MCs, bem como, verificar a expressão da AnxA1, quantificar macrófagos, e dosar as citocinas TNF-α, IL-1β, IL-6, IL-10 e a quimiocina MCP-1 em modelo de queimadura de segundo grau em ratos Wistar. Para o desenvolvimento da lesão os animais foram anestesiados e submetidos à aplicação de um bloco metálico aquecido no dorso. Os animais foram divididos em grupos controles e tratados com pomada de sulfadiazina de prata a 1% (SDP 1%). As análises foram realizadas em 3, 7, 14 e 21 dias após injúria, e também em fragmentos de pele normal. Avaliações macroscópicas e histopatológicas da cicatrização confirmaram as características de queimadura de segundo grau e a melhor evolução da cicatrização nos animais tratados. A quantificação dos MCs mostrou grande quantidade de células intactas na pele normal e redução significante dessas células nas fases de inflamação (dia 3) e de proliferação (dia 7). Nas fases de proliferação de matriz (dia 14) e remodelação (dia 21) foi verificada maior quantidade de MCs nos animais controles e essas células foram observadas, principalmente, desgranuladas no dia 14 e intactas no dia 21. Ainda, no grupo tratado aos 7 dias e em ambos os grupos aos 14 dias, foi encontrada diferença entre MCs com grande quantidade de histamina e MCs totais. A análise da heterogeneidade dos MCs revelou maior número de MCs positvos para triptase (MCT) do que para quimase (MCQ) na pele normal e redução de MCTs e MCQs nas primeiras fases da cicatrização. Contudo, na fase de remodelação, muitos MCQs foram observados no grupo controle. A expressão da AnxA1 foi fraca na pele normal com aumento nas fases de inflamação e de proliferação. Aos 21 dias após lesão, a expressão da AnxA1 foi maior nos animais tratados com SDP 1%, no estroma e também em regiões epiteliais próximas à neogênese dos anexos cutâneos. As análises das citocinas mostraram aumento das pró-inflamatórias TNF-α, IL-1β e IL-6, e da citocina anti-inflamatória IL-10, nas fases iniciais do reparo, especialmente nos dias 3 e 7. O mesmo foi observado com relação a quimiocina MCP-1 e a quantificação de macrófagos. Nossos resultados evidenciaram diferenças no número de MCs e na imunomarcação da AnxA1 entre os grupos estudados, moduladas pelo tratamento com a SDP 1% e indicam que essas células e proteínas podem ser alvos terapêuticos no processo de regeneração de queimaduras.