Variabilidade temporal do CO2 atmosférico e fatores de controle sobre grandes áreas de pastagens manejadas e degradadas no Cerrado Brasileiro.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Campos, Marcelo Odorizzi de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/235527
Resumo: As mudanças antrópicas no uso da terra têm contribuído para o aumento da concentração dos gases de efeito estufa (GEEs) na atmosfera. Mudar esse cenário requer ações capazes de minimizar emissões e retirar carbono da atmosfera. O estoque de matéria orgânica do solo pode ser usado como sumidouro de carbono, além de reduzir as emissões melhora também aspectos físicos, químicos e biológicos do solo. Sequestrar carbono no solo representa 25% do potencial natural do planeta em solucionar as questões climáticas, dos quais, 60% referem-se à recuperação dos estoques anteriormente perdidos, e 40% pela proteção do carbono já armazenado. Partindo da hipótese de que, sistemas de pastagens degradadas (DP) e manejadas (MP) demonstram índices vegetativos e níveis carbono estocado no solo contrastantes, este estudo objetivou compreender a dinâmica temporal da concentração de CO2 atmosféricos e outros fatores de controle sobre DP e MP no bioma do Cerrado brasileiro. Utilizando ferramentas de sensoriamento remoto e série histórica de 6 anos, foi caracterizado sob as áreas concentrações atmosféricas de CO2 (xCO2), estoque de carbono no solo (SCS (t/ha – médio 0 a 0.30 m), características vegetativas (SIF – fluorescência da clorofila induzida pelo sol, NDVI – índice de vegetação por diferença normalizada e LAI – índice de área foliar) e aspectos climáticos (LST Amplitude – temperatura da superfície terrestre amplitude e precipitação). A correlação de Pearson demonstrou que variáveis vegetativas e precipitação se relacionam negativamente, e LST Amplitude e SCS se relacionam positivamente com o xCO2. Foi observado também que LST Amplitude se destacou como potencial nova variável de impacto direto nas missões de CO2 do solo, bem como, ferramenta auxiliar para distinção de pastagens degradadas e manejadas. Exceto para o xCO2, os testes de hipótese (Teste t de Student p<0.05) demonstraram que os MP foram significativamente diferentes dos DP. Assim, MP demonstrou receber maiores índices vegetativos e volumes de precipitação, entretanto, menores valores de LST Amplitude. As análises de regressão linear (p<0.001) exibiram que os valores de SCS impactaram a concentração atmosférica de CO2 apenas sobre DP. Este resultado destaca a importância do manejo das pastagens como forma de proteger e estabilizar o carbono sobre esta atividade agricola. Assim, foi possível concluir que DP com carbono estocado no solo são as principais fontes de CO2 para atmosfera, quando comparados aos MP. Portanto, pastagens degradadas com estoque carbono orgânico no solo irão gradativamente esvaziar seus compartimentos, se não manejados, devido a exposição do carbono a metabolização microbiológica e a incapacidade vegetativa das plantas em reabastecer os compartimentos do solo.