Resumo: |
A postura artística de Henry James (1843-1916) perante o mundo físico se exprime por meio de técnicas narrativas variadas, que tanto refletem uma longa tradição literária quanto apresentam suas contribuições peculiares. Esquivando-se da densidade referencial em favor de uma materialidade sutil, James converte o espaço em símbolo, dota-o de valor psicológico e emprega-o para representar as personagens em suas complexidades humanas. Nesse sentido, esta pesquisa pretende estudar a introdução, descrição e conotação das referências espaciais e espaçotemporais da ficção madura do autor tomando como ponto de partida os romances The wings of the dove, The ambassadors e The golden bowl, publicados respectivamente em 1902, 1903 e 1904. Propomo-nos aqui a examinar a linguagem jamesiana e demonstrar de que forma tais narrativas captam o mundo interior por meio da representação do espaço, principalmente, e do tempo, e engendram o efeito de, por exemplo, subordinar a materialidade do mundo físico às elaborações mentais das personagens, tecer construções sintáticas e semânticas incomuns, sobrepor estratos físicos e psíquicos e desestabilizar a interpretação do leitor. Para isso, buscamos traçar um caminho de análise pautando-nos por uma metodologia paralela baseada nos princípios narratológicos e estilísticos de Gérard Genette (1995, 1969), Dan Shen (2014, 2005a, 2005b) e Leech e Short (1981), dentre outros. |
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