Biocompatibilidade da resina acrílica de prótese ocular: análise in vitro e in vivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Emily Vivianne Freitas da [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/166080
Resumo: O objetivo desse estudo foi avaliar a influência de diferentes ciclos e métodos de polimerização da resina acrílica (RA) branca de próteses oculares sobre a biocompatibilidade de células da conjuntiva humana e resposta inflamatória do tecido subcutâneo de ratos. Para isso, foram confeccionados corpos de prova em RA termopolimerizados em água aquecida (RNAA), por energia de microondas (RNTM) e quimicamente ativados (RNQA). Para a análise in vivo, a resposta inflamatória desses 3 grupos (n=20/grupo) foi avaliada no tecido subcutâneo de 20 ratos Wistar por 7, 15, 30 e 60 dias (d). Células inflamatórias foram contadas no tecido adjacente ao corpo de prova após coloração com hematoxilina e eosina. A análise imunohistoquímica foi realizada para a detecção de IL-1β, IL-6, TNFα, IL-17 e CCL20. Para a análise in vitro, diferentes ciclos de polimerização para cada método citado foram avaliados, totalizando 11 grupos (n=8/grupo). Foram realizadas análises de grau de conversão (GC), MTT, Alamar Blue, ELISA, RT-PCR em tempo real e dupla marcação de Anexina V e iodeto de propídio. Dados quantitativos foram submetidos à Análise de Variância e ao teste de Tukey com significância de 5%. Os resultados qualitativos foram comparados visualmente. Na análise in vivo, houve infiltrado inflamatório moderado para os grupos RNTM e RNQA e leve para o grupo RNAA após 7 d. O infiltrado inflamatório e a imunomarcação dos alvos testados diminuiu gradativamente ao longo dos 60 d. O grupo RNTM exibiu mais células inflamatórias, com exceção do grupo RNAA, que apresentou mais eosinófilos e linfócitos após 15 d, e do grupo RNQA, onde foi observado mais macrófagos em 15 d e neutrófilos em 60 d. Os grupos RNAA e RNQA apresentaram maior imunomarcação de IL-1β após 7 d. O grupo RNQA apresentou maior imunomarcação de IL-1β (15 e 30 d), IL-6 (30 e 60 d), IL-17 (15 e 30 d) e TNF-α (7 d). Os grupos RNAA e RNTM apresentaram maior imunomarcação de TNF-α nos períodos de 15 e 30 d, enquanto o grupo RNTM, aos 60 d. Na análise in vitro, todos os grupos apresentaram proliferação celular maior que 75%. O ciclo longo de polimerização em microondas apresentou menor GC e percentual de proliferação celular no MTT e resultou em grande liberação de IL-2. No ensaio de Alamar Blue, esse grupo apresentou baixo percentual de proliferação celular, assim como o grupo que recebeu ciclo longo de polimerização em água aquecida e grupos submetidos à ativação química. Maior liberação de IL-6 foi observada nos grupos submetidos à ativação química e de IL-23 para o ciclo curto de polimerização em microondas. Maior expressão gênica de TGF β1 ocorreu para o grupo que recebeu ciclo longo de polimerização em água aquecida seguido de 30 min de armazenamento em água. Maior expressão gênica de CASP9 ocorreu para o grupo ativado quimicamente sobre a bancada. Pode-se concluir que os métodos de polimerização por meio de energia de microondas (ciclos longo e curto) e por ativação química desencadearam uma resposta inflamatória mais intensa. Dentre os métodos de polimerização recomendados pelo fabricante, a polimerização em água aquecida apresentou resultados mais satisfatórios.