Duas regiões, dois projetos, um objetivo: o caso de Brasil e Índia na busca por um novo status no Sistema Internacional (1950-1998)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Bertolucci, Artur Cruz [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191824
Resumo: Em 1998, Brasil e Índia optaram por caminhos diferentes no regime nuclear de forma definitiva. Com os testes nucleares conduzidos em maio, a Índia se tornou, oficialmente, detentora do armamento nuclear. O Brasil, por sua vez, ratifica o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) e se insere no regime de não-proliferação como um Estado não nuclearmente armado. Contudo, os caminhos de ambos nem sempre foram diferentes, por muitos anos os dois Estados argumentavam contra a normativa do tratado, o qual acusavam de ser discriminador e de congelar o poder no sistema internacional. Portanto, essa pesquisa busca compreender quais foram os motivos que levaram às diferentes escolhas feitas por Brasília e Nova Délhi, que ocasionaram nos acontecimentos de 1998 e de que maneira esses projetos refletem as aspirações internacionais dos dois países. A hipótese levantada pelo trabalho é de que essas escolhas foram motivadas pelos padrões de relacionamento que Brasil e Índia construíram, respectivamente, na América do Sul e no Sul da Ásia, destacando-se os padrões amizade e inimizade no relacionamento de ambos com seus rivais regionais. Argumenta-se que esses padrões levaram ao abandono da opção nuclear pelo Brasil e a conquista do armamento por parte da Índia. Para obter a real importância e impacto das dinâmicas regionais, é preciso separar e compreender os diferentes níveis de análise, para isso o trabalho utiliza-se da Teoria dos Complexos Regionais de Segurança, por meio da qual é possível compreender os impactos que os ambientes doméstico, regional, inter-regional e global tem sobre a construção das noções de segurança dos dois Estados em análise. Assim, combinando as dinâmicas internas de uma região e a penetração de grandes potências na região, argumenta-se que a diferença nos programas nucleares resultou das diferentes modificações no espaço regional da América do Sul e do Sul da Ásia entre 1950 e 1998, as quais foram fortemente influenciadas, respectivamente, pelas relações entre Brasil e Argentina e entre Índia e Paquistão.