Comparação entre posição prona e posição supina, associadas à ventilação oscilatória de alta frequência e ventilação mecânica convencional protetora, em modelo experimental de lesão pulmonar aguda

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Pires, Rafaelle Batistella
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/152939
Resumo: A Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) cursa com alta morbi-mortalidade apesar dos avanços no entendimento de sua fisiopatologia e tratamento. A terapia ventilatória baseia-se na proteção pulmonar, sendo a ventilação oscilatória de alta frequência (VOAF) uma opção de método protetor. A posição prona (PP) é terapia adjuvante que possibilita homogeneização da distribuição do volume corrente (VC) e promove recrutamento alveolar. O objetivo do estudo foi investigar o efeito da posição prona associada à VOAF e ventilação mecânica convencional (VMC) protetora sobre a oxigenação, inflamação, dano oxidativo e histologia pulmonares, comparando-a à posição supina em ambos os modos ventilatórios. Foram instrumentados 75 coelhos com traqueostomia e acessos vasculares. A lesão pulmonar aguda (LPA) foi induzida por lavagem traqueal de salina aquecida (30mL/Kg, 38°C). Os animais foram então aleatorizados em cinco grupos (n=15): 1) GC (Controle): animais sadios em VMC protetora basal; 2) GVMS: animais com LPA em VMC protetora e posição supina; 3) GVMP: animais com LPA em VMC protetora e posição prona; 4) GVAFS: animais com LPA em VOAF e posição supina; 5) GVAFP: animais com LPA em VOAF e posição prona. Após, foram submetidos a quatro horas de VMC protetora (modo pressão regulada-volume controlado, PEEP 10 cmH2O, VC 6mL/kg, Ti 0,5s, FR 40 rpm e FiO2 1) ou VOAF (MAP 15 mmHg, FR 10Hz, amplitude 22 e FiO2 1). O nível de significância foi de 5%. Após a indução, os grupos apresentaram comportamentos semelhantes, com diminuição da relação PaO2/FiO2 e da complacência pulmonar, e aumento do índice de oxigenação (IO) e da pressão média de via aérea (p > 0,05). Ao final do experimento, houve aumento da PaO2/FiO2 nos grupos VOAF comparado aos grupos em VMC (p < 0,05). Houve queda do IO para os grupos em VOAF comparados ao GVMS (p < 0,05), porém o GVMP não diferiu deles (p > 0,05). Não houve diferença estatística quanto à contagem de células polimorfonucleares no lavado broncoalveolar (BAL) nos grupos com LPA. Não houve diferença estatística entre os grupos com lesão para a medida de TNF-alfa no plasma e para sua expressão gênica em tecido pulmonar. Entretanto, a medida de TNF-alfa no lavado broncoalveolar (BAL) e no tecido pulmonar no grupo GVMP foi menor, assemelhando-se ao controle (p > 0,05). Não houve diferença no dano oxidativo avaliado no tecido pulmonar entre os grupos (p > 0,05) e, também, na comparação entre regiões ventral e dorsal dos pulmões. O escore de lesão histológica foi menor nos grupos em VOAF, efeito potencializado no grupo em prona quando comparado aos grupos em VMC (GC = GVAFP < GVMS = GVMP), sem diferença na regionalização pulmonar. Concluimos que, em modelo de LPA por lavagem alveolar com salina aquecida em coelhos: a VOAF melhora a oxigenação quando comparados à VMC; na VMC, a PP atenua a lesão inflamatória avaliada pela medida de TNF-alfa no BAL e tecido pulmonar; os modos ventilatórios e as posições não modificam o grau de estresse oxidativo quando avaliados pelo método de malondialdeído; a VOAF melhora o escore histopatológico de lesão pulmonar, independemente da posição, mas a associação de VOAF e PP atenua a lesão histopatológica quando comparada com a VMC protetora, seja em posição prona ou supina.