Os sentidos da liberdade... A gíria prisional como resultado de uma produção léxica criativa e significativa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Silva, Maria Edileuza Tavares [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/93957
Resumo: Este trabalho traz à tona uma das variedades presentes no léxico português: a gíria, falada, em especial, por um grupo socialmente delimitado: sujeitos na condição de presos. Estas gírias prisionais estão distribuídas em torno de um corpus configurado como um léxico. Por essa razão, as gírias serão analisadas com base numa abordagem léxico-semântica e, sobretudo, sociolingüística. A análise dessas unidades lexicais foi desenvolvida a partir de algumas etapas, nas quais as gírias foram agrupadas de acordo com seu campo lexical; identificadas por meio do recurso lingüístico utilizado; identificadas de acordo com seu registro em dicionário. A pesquisa visa destacar a importância de se estudar a gíria, em meio a essas abordagens lingüísticas, tratando-a como uma unidade do léxico, passível de ser analisada enquanto tal e, quando necessário, em unidades ainda menores. Neste trabalho, destacam-se os processos lingüístico-semânticos, empregados pelos falantes na formação dessas gírias, que, na sua maioria, resultam de comparações feitas entre elementos presentes no próprio ambiente carcerário, ou ainda de associações semânticas estabelecidas entre a designação (gíria) e o conceito (seu referente naquele contexto). Disso, decorrem variados processos formativos de palavras, evidenciando que as gírias são formadas a partir de regras que norteiam a concepção de todas as outras unidades do léxico. O tema em questão abre discussões acerca do uso da gíria enquanto uma “ferramenta a mais” que seus falantes (aqui, os presos) dispõem para se adaptar às condições ditadas pela instituição penal e, ainda, do “papel” da gíria enquanto uma variedade da língua, utilizada pela massa de falantes em geral, e que, igualmente as demais variedades lexicais, a gíria deve se adequar à situação de uso, contribuindo, sobretudo, para condenar possíveis formas de preconceito lingüístico.