Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Carmelin, Bruna Letícia Pinheiro |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/152930
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Resumo: |
O presente trabalho realiza uma leitura dos contos do livro Insônia (1947), de Graciliano Ramos, a partir do estudo de como se organizam os aspectos ficcionais e memorialísticos da produção de Graciliano nessa obra, e propõe uma reflexão sobre a classificação de gênero literário conto adotada para as narrativas deste livro. Num primeiro momento, demonstramos a natureza da realização estética e literária da produção de Graciliano como contista, descrevendo os principais procedimentos ficcionais e de desenvolvimento da narrativa por ele adotados. Nesse sentido, o suporte teórico adotado foram os estudos de Wood (2001), Friedman (2002) e Todorov (2006), que tratam de operadores, procedimentos e recursos da narrativa de ficção; e os estudos de Benjamin (2015;2006), que tratam das mudanças temáticas e formais da narrativa moderna concatenadas com as mudanças na experiência do homem moderno. Essa primeira parte do trabalho permite uma visão detalhada da organização dos contos de Insônia como narrativas ficcionais que estavam em consonância com as inovações da narrativa moderna do século XX. Além disso, com base nos estudos de, Bauer (2015), Benjamin (2012;2006), Lejeune (2008), Amorim (2011;2010) e Candido (2012), destacamos o caráter memorialístico de alguns contos, relacionando-os com dados biográficos de Graciliano e demonstrando a relação de subjetividade implícita entre destinador e destinatário característica de livros de memórias. Para essa finalidade, estabelecemos paralelos com episódios narrados nos outros títulos autobiográficos do escritor e nos basearemos em declarações do autor Graciliano Ramos devidamente documentadas em cartas, relatos e entrevistas. Essa leitura dos contos de Insônia percorre duas possibilidades diferentes de construção e de pactos narrativos: ficção e memória. Por fim, pensamos a categorização de gênero literário conto para as peças deste livro, adotando as proposições teóricas de Cortázar (1974), que defende o caráter incisivo do conto, o qual procura condensar ao máximo tempo e espaço para atingir um nível de significação que se fixa no leitor; e da Poética do conto, de Kiefer (2011), que define a permanência, no conto moderno ocidental, de características primitivas do gênero, como brevidade e totalidade, mas destaca suas mudanças em termos de temática e recepção, que ocorreram com a chegada do mundo industrial a partir do século XIX. Dessa forma, descrevemos como os contos de Insônia incorporaram elementos característicos do gênero e sobre como neles figuraram as inovações da narrativa moderna, assim como os dois componentes da obra de Graciliano - ficção e confissão - apontados por Candido (2012) aparecem oscilando nessa coletânea, que ora personifica o estilo condensado e técnico de Graciliano, ora transborda o pessimismo, a inquietude e a agressividade singulares de seus livros de ficção e de memórias. |