Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Mayer, Milena Santos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/234958
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Resumo: |
A pesquisa tem como fio condutor a investigação e a análise da trajetória do Museu do Tropeiro, instituição museológica localizada no interior do Brasil, na cidade de Castro, estado do Paraná. Desde o final da década de 1970 o museu seleciona, conserva, pesquisa e expõe uma determinada perspectiva acerca do comércio de gado muar na região Sul e suas implicações sociais e culturais no município. A atividade tropeira iniciou-se no período colonial a partir da necessidade do transporte de animais pelo território brasileiro. Essa prática pode ser avaliada como um fenômeno global, uma vez que o uso de animais foi, durante muito tempo, o principal meio de transporte da humanidade. Entretanto, no Brasil meridional, este movimento se desenvolveu com a peculiaridade da comercialização e do deslocamento do gado muar. As tropas de mulas eram transportadas da região dos pampas, que hoje corresponde ao estado do Rio Grande do Sul, até a cidade de Sorocaba, no estado de São Paulo. Na sequência eram vendidas para serem utilizadas em outros pontos do país como meio de transporte às pessoas e às mercadorias. Desta forma, foram constituídos extensos caminhos que possibilitaram a integração de parte do território brasileiro que estava distante do relativamente conhecido litoral. Os tropeiros, homens que conduziam e comercializavam estes animais, necessitavam pernoitar ou assentar em determinados locais para o próprio descanso e para o restabelecimento das tropas. Um dos principais pontos de parada era a região dos Campos Gerais, no atual estado do Paraná. Propícia pela sua vegetação de campo, a região tem como organização administrativa mais antiga o atual município de Castro, originalmente “Pouso do Iapó”. Passados aproximadamente 200 anos, em 1977, a cidade inaugurou o seu Museu Público Municipal, que além de temático, foi o primeiro do país dedicado à história da atividade tropeira. Posto isto, a tese busca compreender contradições e circunstâncias que envolveram a criação do Museu, sua trajetória e suas implicações à comunidade. Os resultados foram obtidos a partir da análise da produção historiográfica sobre a atividade tropeira, da massa documental institucional produzida entre os anos de 1975 e 2007, bem como das reflexões teórico-metodológicas ancoradas em autores como Pierre Nora, Jacques Le Goff, Françoise Choay, Ulpiano Bezerra de Meneses José Reginaldo Gonçalves e Nestor Canclini, entre outros autores que pensaram os conceitos de memória e patrimônio cultural. Instrumentalizada pelas estratégias propostas pela Micro-história, esta pesquisa almejou perceber a historicidade do Museu do Tropeiro enquanto um lugar de memória com o objetivo de analisar especificidades que envolveram o conjunto de ações sociais estabelecidas a partir de um museu, diante das problemáticas suscitadas pelos processos de seleção e/ou o reconhecimento de um patrimônio cultural. |