As três faces do destino: castigo, transcendência e redenção em Guimarães Rosa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Vital, Luisa Fernandes [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/151216
Resumo: A necessidade de explicação sobre o mundo e sobre si próprio é algo que sempre estimulou a sede de conhecimento do homem e o impulsionou em busca de respostas para sua realidade. Sendo assim, os mitos, narrativas indispensáveis com alto teor simbólico, foram criados na tentativa de interpretar os desejos e terrores humanos. Estando arraigados em nós, os mitos e seu teor simbólico, apresentados através de mitemas, ecoam nas mais diversas formas de produção artística. A dissertação tem como objetivo tecer uma mitocrítica de três contos de Guimarães Rosa - "Conversa de bois", "A hora e vez de Augusto Matraga", ambos publicados em Sagarana, no ano de 1946, e "A menina de lá" de 1962, publicado em Primeiras estórias - a partir do mito de Er, explicitado por Platão, no "livro X" d'A república. A escolha desses contos e desse mito se deve ao fato de que em ambos estão presentes dois mitemas: o destino e o julgamento final sob o motivo simbólico da viagem e da morte, respectivamente. O destino, na obra rosiana, desenvolve-se no cenário da viagem e culmina na morte prematura das personagens Agenor Soronho, Augusto Matraga e Nhinhinha. Esse fim abrupto representa uma espécie de julgamento final, realizado pelo destino. Pretende-se mostrar que cada morte tem um valor simbólico diferente, a saber: castigo, redenção e transcendência. Por meio da pesquisa centrada na fortuna crítica de Guimarães Rosa, sobretudo os estudos de Benedito Nunes e Suzy Sperber, e com o apoio teórico da concepção antropológica do mito defendida por Mircea Eliade e Gilbert Durand, busca-se localizar e identificar tais mitemas no texto platônico e no rosiano para entender a forma como estes são construídos pelo escritor. Obedecendo ao princípio de deslocamento de Frye, serão apontadas semelhanças e diferenças entre o mito platônico e os contos rosianos e examinado o modo como Guimarães Rosa constrói seu próprio conceito de destino e julgamento final mesclando os conceitos de livre arbítrio e justiça.