Não vá se perder por aí: a trajetória dos mutantes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Santos, Daniela Vieira dos [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/98969
Resumo: Essa pesquisa, com base numa abordagem sócio-histórica da canção, examina a produção musical dos Mutantes, conjunto de pop rock formado em 1966 por Rita Lee, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias. Em especial, o nosso objetivo é o de entender o significado histórico do experimentalismo na trajetória do grupo entre fins da década de 1960 e meados da década de 1970, a fim de perceber o motivo da mudança sonora ocorrida no conjunto a partir de 1971. Além disso, procuramos perceber como essas “experimentações” estavam vinculadas aos aspectos mais evidentes da sociedade no período, como, por exemplo, a (re) estruturação da Indústria Cultural Brasileira. Tomamos como referência maior o movimento da contracultura que engendrou, não só no exterior como também no Brasil, significativas transformações na sociedade nos âmbitos moral, comportamental, político, cultural e ideológico. Ainda que possa parecer contraditório, entendemos que foi justamente a reorganização da Indústria Cultural Brasileira que contribuiu para que os Mutantes pudessem realizar as suas várias experimentações sonoras. Contudo, dada a configuração social no campo da música popular brasileira no período posterior à decretação do AI-5, destacando-se nesse campo o fechamento do mercado fonográfico à inventividade sonora e o fim dos festivais da canção, os Mutantes enveredaram para a vertente do rock progressivo, perdendo, portanto, a sua notável peculiaridade musical. A padronização dos instrumentos musicais a partir dos anos 70 também contribuiu substantivamente para que as suas músicas se tornassem pastiche dos grupos de rock anglo-americanos, em detrimento do aspecto paródico que caracterizou os seus primeiros trabalhos.