O final da Educação Infantil e o início do Ensino Fundamental: a escola revelada por crianças e professoras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Raniro, Caroline [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/143978
Resumo: Acreditando que as crianças são ativas em seus contextos e capazes de revelar as realidades que as cercam, considerando que o conceito de infância vem se constituindo historicamente a partir das estruturas sociais, culturais, políticas e econômicas que envolvem as crianças e ainda nas relações que elas estabelecem com os outros, reconhecendo a importância dos contextos que direta ou indiretamente atingem as crianças e dado que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96 vem sofrendo alterações que regem a escolaridade das crianças pequenas, o objetivo geral deste trabalho foi identificar, compreender e analisar a partir de concepções de crianças e suas professoras, como a escolarização nos dois últimos anos da Educação Infantil e nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental vem se constituindo e as influenciando em um Centro Educacional Unificado (CEU) da cidade de São Paulo/SP. Neste cenário, a pesquisa de natureza qualitativa coletou dados no segundo semestre de 2014, a partir de cinco sessões de grupo focal com três grupos distintos: um grupo com 10 crianças matriculadas nos dois últimos anos da Educação Infantil, um grupo com 8 crianças matriculadas nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental e um grupo formado por 4 professoras das crianças participantes. Os dados coletados foram categorizados e analisados à luz da perspectiva bioecológica que se constitui no modelo Processo-PessoaContexto-Tempo e em estudos da Sociologia da Infância, que consideram a infância como uma categoria permanente na estrutura social e concebem as crianças como atores sociais plenos e produtores de cultura capazes de interpretarem e revelarem seus mundos; além de outros autores que abordam temáticas que se aproximam a da que esta tese se propôs. Os resultados indicaram que a infraestrutura do CEU se diferencia por oferecer em um mesmo ambiente equipamentos de educação, lazer, cultura e esporte com acesso a toda comunidade, tendo as crianças mais possibilidade de vivenciarem ali práticas que em outras situações não teriam. As crianças pertencem a camadas populares, com predomínio de famílias estendidas e pais separados. Suas concepções revelaram que elas assumem os papeis de alunos e crianças, ainda que tenham definido particularidades relacionadas à ocupação ou local de inserção. Elas consideraram que se diferenciam dos adultos em algumas funções - ambos produtivos em seus contextos. Pareceram bem relacionadas entre si, gostam das professoras e estas buscam constituir vínculos com os alunos – estreitando as relações à medida que isso é possível dentro da rotina escolar. As crianças ainda pareceram gostar e estarem adaptadas à escola, atribuindo valor a ela e ao processo de escolarização e não apresentaram grandes perturbações ao que vem sendo oferecido. As professoras apresentaram experiências diversas, disseram gostar do que fazem apontando considerações relacionadas à profissão e concebem o professor como um aprendiz em constante interação com seus alunos. Elas não se opuseram as alterações legais mas indicaram adequações ao sistema escolar. A Educação Infantil revelou uma proposta de trabalho mais flexível do que o Ensino Fundamental que trabalha com foco para alfabetização. Há mais descontinuidades do que continuidades entre uma etapa de ensino e outra – porém alguns aspectos comuns a ambas etapas pareceram atenuar rupturas bruscas. A comunicação com as famílias das crianças se dá principalmente via agenda e presencialmente em situações pontuais. As professoras revelaram que as famílias respondem melhor ao Ensino Fundamental em função das exigências que esta etapa de ensino apresenta em relação à anterior e acreditam que a relação família-escola poderia ser mais qualificada. Os resultados deste estudo contribuirão para a Educação Escolar ao compor conhecimentos a outras pesquisas de natureza semelhante podendo superar conclusões prévias a elas ou serem superados por estudos futuros consolidando a teoria que vai sendo produzida na área. Palavras – chave: Pesquisa com crianças. Pesquisa com professoras. Educação Infantil: préescola. Ensino Fundamental: anos iniciais. Grupo focal.