O clube de livros da TAG: práticas editoriais, estratégias de venda e construção do enunciatário-leitor

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Zimiani, Laura Miranda [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/250513
Resumo: Os clubes de livros existem há um tempo, o intuito é promover a leitura e estimular a troca entre os integrantes, que podem compartilhar suas experiências sobre determinada obra escolhida. Nosso estudo se concentra no clube de assinaturas da TAG Livros – Experiências Literárias, que hoje conta com milhares de assinantes. Todo mês é enviado um kit literário produzido e personalizado pela editora e encaminhado pelo correio. Assim, identificamos vários processos editoriais envolvidos na construção dos kits e que refletem diretamente na leitura e na recepção do leitor. O objetivo geral deste trabalho é analisar esses processos que atuam na experiência literária proposta pela TAG. Depreende-se, a partir da atividade editorial, a presença de várias práticas semióticas, como a curadoria, a circulação da obra, o marketing e a vendagem. O córpus é composto pelo kit literário do mês de junho de 2021 que contém a obra Espellho Partido, de Mercè Rodoreda, uma revista e o “mimo”, nomenclatura utilizada pelo clube. Por se tratar da TAG Curadoria, o objeto analisado também coloca questões sobre a curadora Rosa Montero. Essas duas escritoras atuam diretamente na construção do discurso editorial que se coloca como feminista, salientando a presença das duas mulheres responsáveis pela publicação do mês. Nesse sentido, o trabalho justifica-se por tratar do mercado editorial, assunto que possui um crescente interesse na semiótica do discurso, o qual imprime sua visão de mundo no enunciado e nem sempre o enunciado se realiza na prática. Para isso, utilizamos como instrumental teórico-metodológico o da semiótica greimasiana, de linha francesa, nos valendo principalmente dos estudos de Algridas Julian Greimas e Jacques Fontanille. Com os resultados obtidos, nosso trabalho demonstra que a semiótica é capaz de mostrar, por meio da linguagem, as organizações discursivas colocadas como verdade, que, nesse caso, utiliza-se da confiança para ancorar seu discurso, o que nos faz perceber que a prática de vendagem é a que rege a prática editorial da TAG, pois faz uso do enunciado para obter seu objeto-valor, a venda. Sendo assim, o discurso feminista não se realiza na prática.