Mycoplasma suis hemotrófico no Estado de São Paulo: epidemiologia e hematologia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Cruz, Nathan Da Rocha Neves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191231
Resumo: A hemoplasmose dos suínos, causada pelo Mycoplasma suis, caracteriza-se como doença geograficamente cosmopolita, atinge animais de diversas faixas etárias, frequentemente associada à anemia hemolítica moderada a grave e predispõe os animais a imunossupressão, infertilidade, diminuição do ganho de peso, aumento de natimortos, abortos e retorno ao cio, ou seja, impacta diretamente as granjas de suínos e leva a imensuráveis perdas econômicas. Do ponto de vista epidemiológico, animais assintomáticos são considerados como foco da hemoplasmose por serem portadores e apresentarem melhora clínica sem a eliminação do parasita e alguns autores reportam a micoplasmose hemotrófica como uma enfermidade de potencial zoonótico. A prevalência nos rebanhos brasileiros é discutível, especialmente por que o diagnóstico tradicional pela observação do M. suis no esfregaço sanguíneo tem baixa sensibilidade. Objetivou-se com o presente trabalho caracterizar a taxa de prevalência e correlacionar a quantidade do Mycoplasma suis quantificado por qPCR com alterações nos parâmetros hematológicos em suínos em diferentes fases de criação de granjas tecnificadas de ciclo completo do Estado de São Paulo. Foram avaliadas 20 diferentes granjas suinícolas de ciclo completa situadas em território paulista, foram coletadas 501 amostras de sangue total em EDTA-K2 para análise molecular de qPCR para Mycoplasma suis e realização de hemograma e pesquisa de hemoparasitas em esfregaço sanguíneo. No primeiro capítulo realizou-se uma revisão de literatura sobre o Mycoplasma suis, a patobiologia do agente bem como os sinais clínicos nos animais. No capítulo 2 relatou-se a ocorrência do Mycoplasma suis nas granjas tecnificadas de ciclo completo no Estado de São Paulo e foi possível determinar uma prevalência total de animais infectados de 31,93% (161/201) e 95% (19/20) de granjas infectados e por fase de criação foram: creche (30,47%); recria (31,29%), teminação (26,18%) e frigorífico (40,25%). No terceiro capítulo, correlacionou-se os resultados dos parâmetros hematológicos com a bacteremia de M suis, sendo que, na comparação dos hemogramas de animais positivos e negativos não houve diferença estatística e ambos os grupos não apresentavam valores alterações em relação aos valores referenciais adotados, situação na qual evidencia-se a condição de animais portadores, aparentemente sadios que auxiliam na permanência e propagação do agente nos rebanhos. Nos animais positivos foram observadas correlação entre hemoglobina (y = 9,978 + 0,186 x, p = 0,02, r²=0,354), plaquetas (y = 582,522 – 16,190 x, p = 0,04, r² = 0,286) e neutrófilos (y = 9,77 – 0,307 x, p = 0,05, r² = 0,276) com a bacteremia de M suis, esses resultados indicam a presença de hemólise, dano vascular e consumo plaquetário inerente aos animais portadores da micoplasmose hemotrófica.