Atuação colaborativa entre professores do atendimento educacional especializado e do ensino regular: a importância da gestão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Dias, Sabrina Alves [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/180447
Resumo: A pesquisa teve como objetivo analisar o papel do gestor na efetivação de um Plano de ações Colaborativas entre o professor do Atendimento Educacional Especializado e o professor do ensino regular. A abordagem teórico-metodológica foi da pesquisa-ação colaborativa. A pesquisa desenvolveu-se em três escolas municipais, de uma cidade da Região Centro-Oeste do Estado de São Paulo. Os participantes foram três professores do Atendimento Educacional Especializado, quatro professores do Ensino regular, dois professores de Educação Física. Esta pesquisa foi desenvolvida seguindo três fases: 1) Elaboração do Plano ações, 2) Desenvolvimento das ações colaborativas e, 3) Análise do Plano de trabalho Colaborativo vivenciado em cada escola. Fez parte da fase um: a apresentação do projeto; a entrega do questionário; a seleção dos participantes e; a apresentação do Projeto nas unidades escolares. Os instrumentos utilizados foram material audiovisual com as informações básicas do projeto e, questionário com 38 questões, sendo 20 específicas apenas ao professor do AEE e dezoito vinculadas ao trabalho do professor de Educação Física. Na fase dois, Desenvolvimento das Ações, foi o momento da discussão crítico-reflexiva dos problemas, apropriação da teoria, levantamento das hipóteses e, a definição dos procedimentos que culminaram no Plano de ação colaborativa. Esse processo cíclico foi subsidiado pelas ações do Gestor Colaborativo que, por meio de encontros, no turno de trabalho dos participantes e organizados de forma a atender e respeitar as características da realidade dinâmica das Unidades Escolares, oportunizava a retomada dos fatos ocorridos entre um encontro e outro, as ações que foram propostas e, discutiam-se as problemáticas, finalizando com novas ações, divisão de tarefas e a data do próximo encontro. Os instrumentos utilizados para coletar os dados foram gravações de áudios, filmagens e diário de bordo. A fase 3, Análise do Plano, compreendeu o processo de avaliação das ações executadas na fase anterior por meio do Follow-up e divulgação externa. Após a fase da intervenção, a medida em que os participantes relataram avanços e demonstraram generalizações das ações, a pesquisadora aumentou o intervalo de tempo entre os encontros, afastando-se gradualmente do contexto escolar. As ações em comum que apareceram nas três escolas participantes formaram o Plano de trabalho Colaborativo que foi executado com a participação do aqui denominado de Gestor colaborativo. Foram utilizados escalas como instrumentos para coletar e medir os dados qualitativos dessa fase. Os resultados foram analisados a partir de categorias e subcategorias de acordo com cada fase. Na fase um do estudo os resultados foram organizados e analisados a partir de três categorias: organização do AEE; indícios do trabalho colaborativo; e aspectos para serem dialogados com a gestão. Os resultados evidenciaram que as escolas estudadas não possuíam em seu cotidiano uma cultura investigativa e colaborativa, portanto grandes seriam os desafios da próxima fase e, a hipótese do Gestor Colaborativo passou a ganhar força. Na fase dois os resultados foram analisados a partir de oito categorias: 9 papel do Gestor da Escola; definição da filosofia de trabalho; compartilhamento das ações do AEE; apropriação das variáveis do trabalho (filosofia escolar, currículo, contexto social, os agentes e suas funções); domínio das acomodações necessária; construção, socialização e avaliação do Plano de Metas Compartilhadas; estabelecimento de redes colaborativas; e instrumentalização de registros. Observou-se que o professor do AEE, em muitos momentos, conseguia visualizar a problemática do cotidiano, no entanto, apresentava falta de experiência ou, de acordo com a literatura, falta de expertise suficiente para buscar possíveis soluções.Neste sentido a figura do Gestor Colaborativo foi de ar sustentabilidade para as ações executadas. Os resultados obtidos na fase três foram separados em duas categorias: auto avaliação do trabalho colaborativo - evidenciou as fragilidades e as superações obtidas durante todo o estudo; sustentabilidade das ações - percebeu-se que os professores do AEE conseguiram generalizar as ações para outras escolas em que atuavam. Houve um aumento da expertise, melhor definição do trabalho do AEE e mais ações da cultura investigativa e colaborativa que foi instalada nas escolas participantes do estudo. Nesta pesquisa concluiu-se que o serviço do AEE ainda possui muitos desafios para serem superados, dentre eles a efetivação de uma cultura colaborativa nas escolas e, a implantação da figura de um Gestor Colaborativo que assuma a responsabilidade de propiciar, efetivar e garantir a sustentabilidade das ações colaborativas.