Políticas educacionais para o ensino de nível técnico: um estudo com os jovens atendidos pelo PRONATEC no IFCE (2012-2016)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Silva, Fabrício Bandeira da [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/148889
Resumo: Esta tese de doutorado tem como objeto o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) na educação dos jovens cearenses. Objetivamos compreender e analisar a atuação desta política de governo quanto aos impactos sócio-econômico-educacionais na trajetória profissional dos(as) estudantes atendidos(as) pelo Programa no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará – (IFCE), nos campi de Fortaleza e Maracanaú, nos cursos da área da indústria. A pesquisa empírica teve, no âmbito metodológico, a aplicação de um questionário com 43 estudantes destes campi durante a realização do curso e, em uma segunda etapa, realizamos entrevistas com 40 ex-alunos(as) que haviam participado no primeiro momento, no intervalo de dois anos que haviam concluído o curso. Também realizamos entrevistas com os gestores do programa, formados pelos coordenadores e supervisores dos cursos técnicos atendidos pelo PRONATEC da área da indústria do IFCE nos campi pesquisados, perfazendo um total de oito participantes. Para melhor compreendermos e interpretarmos as percepções dos alunos e gestores utilizamos uma abordagem qualitativa. Apresenta-se como hipótese geral que esta política de governo para a educação profissional, por meio do PRONATEC, com a promessa de qualificar milhões de jovens e inseri-los no mercado de trabalho, não proporcionou de fato a inserção destes estudantes no mercado de trabalho. Talvez com os conhecimentos adquiridos, uma pequena minoria poderá conseguir um emprego na área do curso ou correlata, que lhes proporcione alguma melhoria na condição socioeconômica. Com os dados obtidos, foi possível fazermos uma análise crítica destas percepções e, consequentemente, compreendermos que esta política de governo promoveu uma educação com foco em uma formação estreita, precarizada, fragmentada e desarticulada com a educação básica, alinhada aos interesses do modo de produção capitalista, para os jovens da classe trabalhadora, não conseguindo, de fato, fazer a ponte destes(as) estudantes com o mercado de trabalho. Desta forma, é importante que se ofereça uma formação integral ao ser humano, tendo como base a educação politécnica, pensada por Marx e complementada por Gramsci na Escola unitária, em vez de uma educação dualista imposta pelo sistema político dominante, a fim de proporcionar a formação geral, omnilateral, emancipadora e cidadã a todos, independentemente da classe a que pertençam, com a possibilidade de vislumbrar uma nova realidade social.