Virgínia Woolf e as passagens subterrâneas do pensamento.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Garcia, Ludmila Loquette
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/254404
Resumo: Este projeto busca analisar as relações entre a obra As Ondas da autora britânica Virginia Woolf e o conceito denominado rizoma dos filósofos franceses Gilles Deleuze e Félix Guattari, que, vistos em conjunto, nos proporcionam uma reflexão sobre o sistema de atalhos e desvios adotados na escrita contingencial da autora, onde a causalidade dos acontecimentos não é clara e os eventos individuais estão inter-relacionados, existindo enquanto múltiplos processos de troca, por uma rede que se expande em caminhos secretos. Os rizomas não estariam restritos a elementos unos e nem múltiplos, seriam multiplicidades, não possuiriam nem começo e nem fim, eles se encontrariam no meio, entre as coisas, com fronteiras movediças e sempre em expansão. O rizoma possuiria múltiplos caminhos e combinaria diferentes regimes de signos, como uma região continua de intensidades pulsando sobre si mesmas sem direção ou finalidade objetiva. Em As Ondas, os questionamentos internos e pessoais dos personagens se propagam de forma rizomática, seus sentimentos ecoam e são absorvidos pelas demais personagens e essas perspectivas são alternadas em espaços curtos e sem separações que delimitem de quem é a fala, cabendo ao leitor se dedicar a essa percepção. É possível observar um caráter rizomático na composição de As Ondas, uma vez que a narrativa salta de uma personagem para outra de uma maneira não hierárquica, onde cada expressão individual dessas personagens tem tanto poder quanto todo o sistema central da narrativa. A obra explora conceitos de constante movimento e a inevitabilidade de lutar contra o fluxo natural dos acontecimentos cotidianos aparentemente desprovidos de significado.