Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Rio, Juliana Priscila Piva |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/153113
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Resumo: |
O presente estudo analisa a taxonomia, morfologia externa e interna do sistema reprodutivo e crescimento relativo do camarão-fantasma Callichirus major da costa do Brasil. Para isto, espécimes de C. major foram coletados ao longo de todo o litoral brasileiro e, de forma particular, mensalmente, durante um ano, na Praia do Gonzaga, região Sudeste do Brasil. Um total de 840 indivíduos (316 machos, 524 fêmeas) foram avaliados. Ocorrendo desde o estado do Pará até Santa Catarina, C. major apresentou um rostro com duas projeções anterolaterais triangulares, pedúnculos oculares com pontas obtusas, dáctilo do quelípodo maior dos machos com uma ponta bífida e margem interna lisa, projeção proximal do carpo com margem reta, mero com porção proximal da margem dorsal dentada, quelípodo menor com borda cortante dentada e um dente grande curvado para frente entre as projeções laterais do telso. Estes animais apresentaram diferenças morfológicas marcantes em comparação aos espécimes de C. major procedentes da Florida (EUA), justificando a separação da grande população do Atlântico Ocidental de C. major e determinando uma nova espécie no gênero, Callichirus brasiliensis sp. nov. Nos capítulos desta dissertação que não trataram de taxonomia, optamos por manter o nome da espécie até o momento aceito, C. major. A morfologia reprodutiva externa destes camarões-fantasma se mostrou distinta entre machos, com gonóporos circulares, localizados no quinto par de pereiópodos, e fêmeas, com gonóporos ovalados, sobre o terceiro par de pereiópodos, além de apresentarem uma abertura vestigial e circular, no quinto par de pereiópodos. As gônadas dos machos são tubulares apresentando uma seção anterior testicular e uma posterior ovariana, enquanto as fêmeas apresentaram dois ovários robustos e intensamente avermelhados na fase pós-puberal. Nenhum órgão interno das fêmeas se comunicou com o gonóporo extra na coxa do quinto pereiópodo, caracterizando essa estrutura como não funcional. O primeiro par de pleópodos é sexualmente dimórfico, sendo reduzido nos machos, composto por dois segmentos, enquanto que nas fêmeas é bem desenvolvido e se compõe por três artículos. Somente fêmeas apresentaram cerdas longas e finas sobre estes apêndices abdominais, durante o período reprodutivo. O segundo pleópodo é birreme em ambos os sexos, com um apêndice interno nas fêmeas e ausência do apêndice masculino nos machos. Por mais que os ovários dos machos produzam ovócitos, a ovoposição parece não ocorrer, sem provas de uma funcionalidade para a reprodução na espécie, assim como os gonóporos não funcionais presentes nas fêmeas (jovens e adultas). Todas as evidências morfológicas externas apontam para um dimorfismo entre os sexos em C. major, parecendo o hermafroditismo ser uma característica não funcional na espécie. A análise do crescimento relativo entre o primeiro par de pereiópodos (quelípodos) e o comprimento da carapaça, demonstrou uma alometria positiva nos juvenis de ambos os sexos, tanto para o comprimento quanto para a largura do carpo. O mesmo ocorreu quanto ao crescimento do comprimento do carpo nos machos adultos. As fêmeas adultas apresentaram uma alometria negativa para as duas relações, assim como os machos adultos, quanto a altura do carpo. O tamanho de maturidade foi síncrono entre os sexos da espécie, sendo estimado em 15 e 16 mm de comprimento de carapaça, para os machos e fêmeas, respectivamente. Além de ser confirmada hetero e homoquelia para ambos os sexos em C. major, com a heteroquelia predominante nos machos (86,9%), enquanto a maioria das fêmeas apresentaram homoquelia (59,3%). Comprovou-se que o comprimento e altura do carpo podem ser utilizados com eficiência para a obtenção do tamanho de maturidade sexual. Adicionalmente, os resultados demonstraram uma heteroquelia mais acentuada nos machos da espécie, existindo grande dimorfismo sexual quanto a morfologia e taxa de crescimento do primeiro par de pereiópodos, tanto nos indivíduos juvenis, quanto nos adultos. Levando em conta as evidências morfológicas (gonóporos, pleópodos 1 e pleópodos 2) de dimorfismo sexual, além da diferença nas taxas de crescimento e tipos quelares entre machos e fêmeas de C. major, os resultados aqui expostos corroboram a ideia de que a espécie apresenta sexos bem definidos, característica de um sistema sexual gonocórico. Também foram confirmadas características vestigiais de hermafroditismo (ovários nos machos e gonóporos extras nas fêmeas), portanto, não sendo funcionais nesta espécie. |