Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Noccioli, Carlos Alexandre Molina |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/194410
|
Resumo: |
Este trabalho dedica-se a um exame acerca do tratamento linguístico-discursivo dado às informações concernentes à relação entre o vírus da Zika e a microcefalia, divulgadas no portal brasileiro on-line de notícias G1, destacando-se a construção discursiva do conhecimento a partir dos argumentos de autoridades, reportados nas publicações compreendidas entre novembro de 2015 e maio de 2017. Dado recorte histórico foi traçado, considerando-se, como marcos fundamentais, o início e o término do estado de Emergência em Saúde Pública declarados no Brasil em razão da circulação do vírus Zika no país e sua associação com o aumento do número de casos de microcefalia. Para definição do corpus de análise, focamos nossos esforços nas especificidades de um conjunto temático de textos de caráter divulgativo, especificamente, de informações sobre o conhecimento científico relacionado à aludida questão em notícias publicadas pelo portal G1. Nossas análises estiveram subsidiadas pelo campo de estudo da Análise do Discurso da Divulgação Científica, cujo aporte teórico-metodológico comporta satisfatórias categorias de análise que nos auxiliaram no reconhecimento de estratégias divulgativas operadas, principalmente, na atividade de reformulação discursiva da esfera técnico-científica para a do público leigo, geral. A fim de apoiar esse tratamento analítico, buscamos teorias que relacionassem a Análise do Discurso à Argumentação e à Linguística Textual, atentos a aspectos pragmáticos das enunciações. Toda essa abordagem linguístico-discursiva esteve montada sobre um pano de fundo foucaultiano, guarnecido de uma teoria social do discurso. Bebemos de tal fonte para desenvolvermos uma análise que refletisse sobre as circunstâncias de produção dos discursos, conformados a partir de regras anônimas e históricas, observando-se sua condição de emergência em dado tempo e espaço, como prática que relaciona a língua a outras práticas no campo social. Providos dessa munição teórica e dos textos selecionados e associados ao portal eleito para integrar o corpus, passamos a identificar, separadamente, os discursos de autoridades reportados em cada notícia como agentes de constituição do saber. Distinguimo-los em dois grandes eixos, um que correspondia a argumentos atribuídos a instituições, organizações, associações, enfim, a discursos conferidos a estruturas sociais como um todo, e outro que estivesse relacionado a argumentos individualizados na voz de alguma autoridade. Partindo-se desses dois eixos centrais e dada a necessidade de se definirem posições as quais são ocupadas pelos sujeitos reportados, identificamos nas notícias todos os âmbitos de procedência dos quais partiam tais argumentos de autoridades. Ainda pelo método da recursividade no corpus, arquitetamos um arranjo de subcategorias organizacionais que compuseram um matiz de sentidos através do qual se deslizavam os enunciados das autoridades, quais sejam as acepções às voltas do ineditismo, da averiguação, dos vaticínios e das hipóteses alternativas. Não obstante, hesitação e convicção constituíram a dicotomia medular em torno da qual orbitavam as outras acepções atribuídas aos discursos no G1 identificados. Ao trazer essa gama de sentidos que faziam emergir os discursos de autoridades para o espaço público, os jornalistas puderam fomentar ainda mais o interesse do público à medida que se instituía uma atmosfera de volubilidade ao aventarem-se, nas notícias, profusos discursos de irresolução. |