Combinando ecologia de paisagens e ecologia do movimento para entender conectividade e processos ecológicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Bernardo Brandão Niebuhr dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/157429
Resumo: A conectividade é uma propriedade das paisagens que influencia fortemente a abundância e a distribuição da biodiversidade e é chave para entender as interações entre organismos e os processos ecológicos resultantes de tais interações. Como a conectividade da paisagem é afetada tanto pela estrutura da paisagem como pelo comportamento e características dos organismos, tanto fatores intrínsecos quanto extrínsecos devem ser considerados em estudos ecológicos e práticas de conservação que utilizam uma abordagem de paisagens. Aqui nós combinamos elementos de ecologia de paisagens e ecologia do movimento para avaliar os efeitos de mudanças nas paisagens, como a perda e a fragmentação de habitat, sobre a persistência de populações, sobre a conectividade da paisagem, e sobre a dispersão de sementes e a regeneração natural. O foco não foi em um grupo ecológico ou ecossistema específico mas em como a interação entre o espaço e o movimento influenciam processos ecológicos em diferentes contextos. No primeiro capítulo, nós apresentamos uma ferramenta livre e de código aberto, chamada LandScape Metrics (LSMetrics), desenhada para calcular índices da paisagem calibrados ecologicamente, integrando a estrutura das paisagens às características comportamentais das espécies. Nós descrevemos a ferramenta e a aplicamos a dois contextos: a avaliação do status de fragmentação da Amazônia brasileira, que apesar de conter uma extensas áreas de floresta contínua, está sendo rapidamente fragmentada em suas margens mais ocupadas; e o desenho experimental de pesquisas ecológicas utilizando uma abordagem de paisagens, de maneira a aumentar a representatividade e minimizar a correlação entre variáveis da paisagem no planejamento de pesquisa. No segundo capítulo, nós focamos na conectividade da paisagem habitat por um primata ameaçado da Mata Atlântica, o mico lẽao dourado (Leontopithecus rosalia). Nós avaliamos os efeitos das estradas na diminuição da conectividade e encontramos um decréscimo no relacionamento genético entre indivíduos separados por estradas, independe do tipo de estrada. Nós também simulamos corredores ecológicos, levando em conta a estrutura da paisagem e a percepção da espécie, e indicamos locais para restauração de habitat e da conectividade entre populações. A conectividade simulada foi alta em locais onde os micos leões ocorrem e em trechos das estradas onde eles foram observados cruzando. Finalmente, no terceiro capítulo nós fomos para além da análise da paisagem e das populações animais e estendemos o conceito de conectividade de paisagens à restauração da conectividade, analisando o processo de dispersão de sementes por animais e a subsequente regeneração natural das florestas. Nós desenvolvemos a aplicamos modelos de simulação, baseados na estrutura da paisagem e na movimentação animal, para estimar a dispersão de sementes pela paisagem. Nós verificamos uma relação entre a dispersão de sementes modelada e o potencial de regeneração natural de áreas de pastagem numa escala de paisagem, no Vale do Paraíba, na Mata Atlântica. Em todos os capítulos, nossa intenção foi de apresentar novos métodos e ferramentas, responder questões teóricas em ecologia de populações e comunidades, e aplicar essas ferramentas a situações reais que requerem diretrizes para conservação e restauração.