Papel das Galectinas-1, -3 e -9 em doenças inflamatórias crônicas da pele.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Corrêa, Mab Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/214634
Resumo: As respostas imunes que envolvem as inflamações crônicas da pele, tais como psoríase e dermatite, são complexas e evidenciam o desafio no diagnóstico clínico, sendo fundamental o estudo de biomarcadores para melhor definição dessas doenças o que contribuirá para uma terapia personalizada. Nesse contexto, destacamos as galectinas (Gal), proteínas caracterizadas por uma sequência conservada de 135 aminoácidos no domínio reconhecedor de carboidrato (CRD) responsável pela afinidade à ligação com açúcares β-galactosídeos. Nas inflamações da pele, o papel das galectinas-1, -3 e -9 tem sido mostrado nas dermatites e psoríase, podendo atuar com papel pró ou anti-inflamatório e, com isso, avaliamos o padrão de expressão das Gal-1, -3 e -9 e sua relação com as células inflamatórias na psoríase (Ps) e dermatite atópica (DA). Também, avaliamos in vitro o efeito da administração das galectinas recombinantes na produção de citocinas pelos queratinócitos, linhagem HaCaT, estimulados por TNF-α/IFN- ou IL-17 ou IL-4. Nos estudos, foram utilizadas biópsias de pele humana diagnosticadas para Ps ou DA (n = 10/9, respectivamente) e de camundongos Balb/c em modelo de DA induzida pela ovalbumina de galinha. Para o grupo controle, foram utilizadas biópsias de margens de pele clinicamente normais removidas junto com tumores de pele (n=10). A DA foi caracterizada por níveis aumentados de Gal-9 na pele de camundongo e humana, especialmente na epiderme, com influxo acentuado de eosinófilos e mastócitos positivos para Gal-9 em comparação com o grupo de controle. In vitro, a Gal-9 mostrou efeito imunomodulador nos queratinócitos, diminuindo a liberação de IL-6 em queratinócitos estimulados por IL-4 ou aumentando os níveis de IL-6 e RANTES quando estimuladas por IL-17 ou TNF-α/IFN-, respectivamente. Sob o estímulo com IL-17, o tratamento com Gal-9 também alterou a taxa de proliferação das células. Em relação às Gal-1 e Gal-3, diferentes padrões de expressão das proteínas e RNAm foram mostrados na epiderme de pacientes com DA e Ps. A Gal-3 apresentou intensa imunorreatividade na epiderme de pacientes com DA, e redução na intensidade em amostras de Ps, enquanto o padrão oposto foi detectado para Gal-1 (mais fortemente expresso na Ps). As peles com DA e Ps mostraram células inflamatórias imunopositivas para Gal-1 e Gal-3. In vitro, a adição de Gal-3 anulou a liberação de IL-6 e RANTES em queratinócitos estimulados por IL-4 e IL-17A, enquanto a Gal-1 reduziu a liberação de IL-6, IL-8 e RANTES em células estimuladas por IL-17A. Sob condições de estimulação por IL-4, a Gal-1 reduziu as taxas de migração dos queratinócitos, e sob estimulação com IL-17A ambas as galectinas aumentaram a migração celular em comparação com células não tratadas. No geral, níveis aumentados de Gal-9 na pele com DA contribuem para o controle da resposta inflamatória e do processo proliferativo dos queratinócitos, sugerindo esta lectina como um alvo terapêutico relevante para a DA e sendo um biomarcador para sua severidade. Além disso, as Gal-1 e Gal-3 representam biomarcadores potenciais para diferenciar as biópsias de pele com Ps e DA e, seus efeitos imunorreguladores e de migração nos queratinócitos, as tornam ferramentas terapêuticas interessantes.