Subjetividade no antropoceno: alienação e formação omnilateral

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Oliveira, Douglas Gomes Nalini de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181623
Resumo: Uma abordagem ontológica do ser social encontra a unidade entre lógica, teoria do conhecimento e dialética em termos materiais. Contrária a uma tradicional separação entre natureza e sociedade, implica em uma leitura histórica das relações sociais e um tratamento das representações subjetivas em termos da práxis, como conceito filosófico da atividade prática que considera primordialmente suas intrincadas e múltiplas manifestações reflexivas. Tem a atividade do trabalho como categoria central de análise por sua potencialidade transformadora e reconhece a contradição, imanente a qualquer fenômeno, como o motor que permite mudanças qualitativas na sociedade. Investiga-se, sobre esta perspectiva e nos modos da educação atual, as possibilidades de superação dos problemas ambientais, que têm como representação o conceito de Antropoceno. Destaca-se a importância da problemática ecológica no Brasil à luz deste conceito, vislumbrando o processo de desenvolvimento produtivo no país, principalmente a partir da mudança do eixo econômico do modelo agrário-exportador para o urbano-industrial, com a construção dos grandes centros comerciais e o consecutivo aumento do trabalho manifesto como trabalho abstrato (compreendido como mercadoria). A escola pública ganha espaço na agenda nacional durante este período, colégios são criados para preparar esta população que precisava ser melhor instruída para este novo tipo de trabalho que a indústria e a cidade exigiam. Com o processo de globalização acelerada nos últimos dois séculos, surge a problemática do desenvolvimento e do consequente subdesenvolvimento, que exprime a teoria que procura homogeneizar o processo econômico nos países pobres, que deveriam seguir os passos dos países ricos e desenvolvidos, favorecendo desta forma a permanência de determinada compreensão acerca dos processos naturais e o impacto sobre a biosfera estritamente antropocêntrica e eurocêntrica, estabelecendo-se uma relação alienada em que a pessoa não se identifica com sua prática diária e, por conseguinte, se vê estranha ao mundo que a cerca. Outro efeito deste processo é o desenvolvimento de uma visão fragmentada de mundo, que dificulta a análise das questões ambientais em suas características sistêmicas. Examina-se, portanto, as análises realizadas sobre o conceito de alienação e suas manifestações no âmbito formativo, estabelecendo a relação entre subjetividade e formação. Deste modo, somente uma modificação profunda nas relações formativas poderia reverter a crise ambiental, com o estímulo de uma educação diferenciada, integrada ou omnilateral. Somente uma escola disposta a oferecer uma abordagem complexificada da realidade, que promova um estilo de formação intelectual, técnica e corporal, ou seja, multifuncional e interdisciplinar, não especializada, fragmentada e unilateralizada, pode ajudar na discussão sobre um desenvolvimento econômico pautado em bases mais racionais.