Impacto da hipertensão arterial sobre os custos da atenção primária e secundária à saúde: papel da atividade física

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Santos, Lionai Lima dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204200
Resumo: A hipertensão arterial (HA) é problema de saúde mundial que atinge mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo, e é responsável por mais de nove milhões de mortes por ano, no entanto, ainda é necessário expandir as pesquisas sobre o impacto da HA nos custos da atenção primaria e secundária, assim como a relação da atividade física sobre esses custos. Dessa forma, o objetivo desse estudo é estimar o impacto da HA isolada e associada a outras morbidades sobre os custos com serviços de saúde da atenção primária e secundária do SUS, bem como identificar o papel da prática de atividades física nesta relação. Os custos com serviços de saúde foram verificados por meio de prontuários médicos, cedidos pela Secretaria de Saúde de Presidente Prudente e pelo Hospital Regional da cidade. O nível de atividade física habitual foi avaliado por meio de questionário, para fins estatísticos o escore foi dividido em quartil, a partir disso foram considerados ativos os indivíduos classificados no mais alto quartil p≥75 e abaixo, considerados como IA (insuficientemente ativos). As análises estatísticas foram expressas em média, desvio padrão, mediana e intervalo interquartil. Foi utilizada a análise General Linear Model (GLM), e marginal effect que interpreta os dados de log gerado pela GLM e faz a estimativa em dados monetários. As análises foram realizadas pelo software Stata/MP4 16 - Student – Perpetual, o p-valor foi estabelecido em menor que 5%. Os resultados dessa pesquisa foram organizados em dois artigos científicos. No primeiro estudo, a amostra foi composta por 306 pacientes, com idades de 30 a 65 anos, dos quais 66,4% da população eram hipertensos. Foi possível observar que o grupo HA IA apresentou estimativas maiores que o grupo Normotenso ATIVO nos valores das variáveis de custos (serviços de atendimento US$ 20,00 (IC= 9,90; 30,2), medicamentos US$ 34,20 (IC= 18,9; 49,5) e total da atenção primária US$ 51,60 (IC= 30,2; 72,9)), diferentemente do HA ATIVO que apresentou diferença significativa somente nos serviços de atendimento (US$ 13,40 (IC= 1,34; 25,4), não apresentando diferença na atenção secundária e terciária. Já no segundo artigo, a amostra foi composta por 280 pacientes, também com idade entre 30 e 65 anos. É possível observar que todos os grupos de morbidades apresentaram estimativas mais altas de custos com saúde do que o grupo referência (grupo sem diagnóstico de hipertensão, diabetes, colesterol e infarto) nos anos de 2018 e 2019 na atenção básica, e o grupo fisicamente ativo apresentou uma redução de custos de US$ 20,40 (IC=-39,3; -1.52) comparado ao grupo menos ativo, porém na atenção secundaria e terciaria apenas os grupos com HA US$ 426,7 (IC= 61,0; 792,5), e o grupos que possuía todas as morbidades US$ 816,20 (IC= 59,8; 1572,6) e HA + CHO + infarto US$ 614,40 (IC=51,6; 1177,1) apresentaram diferença significativa. E ainda foi possível observar que o grupo mais ativo apresentou 4,12 (IC=-11,6; 3,41) menos dias em hospitalização do que o grupo IA. Concluímos assim que a HA apresenta um forte impacto nos custos com serviços de saúde, tanto na atenção primaria, como na secundaria e terciaria, e a atividade física associada a HA possibilita economia nos custos com serviços de saúde.