Estudantes residentes do hospital psiquiátrico em sala regular na EJA: uma experiência no interior paulista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Vieira, Letícia Florencio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/243962
Resumo: O objetivo foi analisar, diante de uma experiência pessoal enquanto graduanda do curso de Pedagogia, a parceria entre assistência social e educação, efetivada mediante a oferta e possibilidade de um grupo de pessoas residentes do “Lar Abrigado”, anexo ao Hospital Psiquiátrico, de frequentarem a escola na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA) no município. A importância desta relação entre a EJA e a inclusão nos implica analisar práticas de formação humana nas quais os aspectos de formar e corrigir são imprescindíveis num jogo social e político que exerce sempre uma finalidade de submissão do sujeito à ordem das normas vigentes. A parceria entre Secretaria da Educação e Hospital Psiquiátrico ocorreu entre o período de 2012 a 2017, envolvendo diversas mobilizações, atores e atrizes sociais, sendo eles: Secretaria Municipal de Educação, gestão escolar, professores e professoras, equipe da saúde mental do Hospital Psiquiátrico responsável pelos residentes do “Lar Abrigado” e os próprios estudantes com o histórico de um grande período de internação. Nesse contexto, os procedimentos metodológicos desta pesquisa se desenvolveram mediante uma etapa de revisão bibliográfica com base na perspectiva filosófica de Michel Foucault onde analisamos, e investigamos os processos de governamentalidade, biopolítica, sociedade e poder que atravessam a formação subjetiva ou processo de individuação da pessoa estudante do Programa de Educação de Jovens e Adultos – EJA. Paralelamente, foi analisado o marco histórico estruturante do Movimento de Educação Popular e sua consistente proposta ancorada nas contribuições de Paulo Freire, onde conjuntamente com as análises foucaultianas encontramos as práticas de liberdade como ações de resistência que ocorrem por meio de uma atividade crítica, e criativa face aos modos de individualização do sujeito – a partir das técnicas de vigilância que se encarregam de incitar e controlar os corpos, e a regulamentação totalizante da população. Paralelamente, aproximamos a análise ao engajamento político e histórico que permitiu o surgimento das primeiras políticas públicas de saúde mental e psicossocial acompanhada a um projeto de educação em sala regular para o público analisado nesta pesquisa.