Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Macedo, Ana Maria |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/152124
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Resumo: |
Esta tese tem como objetivo descrever a norma linguística usada por jornais brasileiros e portugueses no século XXI. A partir dos diferentes conceitos de norma, problematizamos as pesquisas sobre a escrita que a descrevem como norma única, descurando da heterogeneidade que a constitui enquanto língua em uso. Tomamos também a noção de poder simbólico que parece contribuir para manter a divisão entre fala e escrita desde os primeiros estudos sobre oralidade e letramento, associando escrita ora a norma culta ora à norma-padrão. Para isso nos valemos dos estudos de autores das ciências sociais, entre os quais estão Havelock (1996a[1963] 1996b[]), Ong (1987), Goody (1986, 2012), como autores da grande divisão proporcionada pela escrita, de linguistas como Coseriu (1973), Rey (2001), Aléong (2001) e Faraco (2002, 2008) sobre norma, Neves (2000, 2003, 2010, 2012), sobre aspectos referentes às escolhas gramaticais, Chaparro (2008), para abordar os aspectos históricos nos países pesquisados e também de Bourdieu (1974, 1998), que nos ajudou a refletir sobre o poder simbólico da escrita enquanto um artefato cultural e os poderes de distinção que o domínio dessa técnica produz no meio acadêmico e reverbera no meio social. Defendemos a tese de que a língua sob forma escrita é constitutivamente heterogênea, por ser língua em uso, logo, social e histórica. As reflexões apresentadas nesta pesquisa envolvem uma abordagem interdisciplinar para a discussão sobre escrita, o que implica considerar as diferentes ordens a partir das quais a escrita é discutida: como tecnologia e como manifestação da língua. Partindo de trabalhos de diversas áreas que discutem a relação entre fala e escrita, comparamos características atribuídas à escrita com a escrita de jornais brasileiros e portugueses, o que nos levou a questionar a designação marca da oralidade para elementos constantes em texto de uma instituição letrada como o jornal. Nossas análises nos permitiram afirmar que a escrita nos jornais observados diverge do que é apresentado como escrita, levando a uma discussão acerca da heterogeneidade que constitui os textos enquanto língua sob forma escrita. Concluímos, portanto, que determinadas estruturas e elementos linguísticos são descritos como próprios da fala por questões relacionadas aos valores sociais atribuídos à escrita, como norma explícita (ALEONG, 2001) e norma-padrão (FARACO, 2002), cujo valor simbólico atua mais fortemente para atribuir à escrita apenas os traços considerados mais distintivos socialmente |