Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Souza, Tatiana Noronha de [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/150455
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Resumo: |
A presente pesquisa tem como objetivo geral analisar as concepções das professoras de pré-escolas sobre o cumprimento das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil - DCNEIs na prática educativa, em um contexto de uso de um Sistema Privado de Ensino –SPE. Tem como objetivos específicos (1) analisar o SPE adotado, em confronto com as DCNEIs; (2) analisar a compreensão de professores sobre as DCNEIs e sobre o SPE, frente às práticas educacionais realizadas nas instituições. Para a pesquisa de campo, foram aplicados questionários junto a 53 professores que atuam em pré-escolas, em um município do interior de São Paulo. O resultado da análise do SPE mostrou que o mesmo está em desacordo com as DCNEIs, assim como frente aos pressupostos teóricos e pesquisas da área, tais como: (a) retirada da autonomia dos professores e da escola para construir o currículo, a partir da realidade vivenciada pela escola e pelas crianças; (b) as atividades propostas não possuem conexão com a realidade infantil, não consideram os conhecimentos que já trazem, nem os diferentes níveis de desenvolvimento, além de não trabalharem as diferentes linguagens infantis, como estabelecido pelas DCNEIs. Há uma presença marcante de um currículo semelhante ao do ensino fundamental, com foco nas atividades de escrita, identificação de letras e números e exercícios de coordenação motora. Com relação à aplicação dos questionários, os resultados apontam que 18 dos profissionais não conhecem as DCNEIs, e 37 disseram que não conheciam o Projeto Pedagógico-PP, 44 alegaram não ter participado da construção do PP institucional e 34 não sabiam quais eram os responsáveis pela sua construção. Sobre o uso do SPE, 39 disseram que os autores não possuem clareza sobre as diferenças das realidades em que vivem as crianças de diferentes contextos socioeconômicos, já que algumas atividades propostas são descontextualizadas, e mais da metade dos participantes diz ser necessário completá-las. Perguntados sobre a possibilidade de retirada do SPE, 28 disseram preferir a permanência do mesmo, e no caso de ausência do SPE 46 alegaram que produziriam materiais, com predomínio de atividades acadêmicas, em papel, com foco na alfabetização. Esses dados nos sugerem que, apesar de apresentarem algumas críticas, grande parte do grupo parece concordar com os principais fundamentos do material: alfabetizar, treinar a coordenação motora, ler e contar. Não há queixa sobre a fragmentação das atividades, e poucos mencionam o trabalho com as linguagens expressivas. Conclui-se que os participantes possuem uma visão de currículo para a infância já superada pela legislação e pelo conhecimento acumulado da área, o que sugere que nem o curso de Pedagogia, nem a formação continuada foram capazes de realizar uma atualização do conhecimento profissional. Essa característica da formação profissional apresentada pelo grupo não permite que façam grandes questionamentos sobre o material, nem apontem suas fragilidades, quando confrontado com a legislação e pesquisas na área. O SPE analisado implica em um alto investimento de recursos públicos que não reverte em qualidade para a educação, na medida em que reforça práticas educativas ultrapassadas e não promove o desenvolvimento integral das crianças. |