Teste de estresse com Dobutamina em cães com Doença Degenerativa Valvar Mitral

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Rodrigues, Bruno Cristian
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/154108
Resumo: A degeneração mixomatosa da válvula mitral (DMVM) é a enfermidade mais comum na clínica de pequenos animais no âmbito das cardiopatias, cuja evolução pode resultar em alterações hemodinâmicas importantes decorrentes dos mecanismos neuro-hormonais compensatórios. Embora seu diagnóstico seja relativamente simples, as alterações intrínsecas podem ser subestimadas pelos exames convencionais, a exemplo da disfunção sistólica e reserva miocárdica que podem passar despercebidas à ecocardiografia. Desta forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar a ocorrência de disfunção sistólica em cães com DMVM por meio do teste de estresse farmacológico com dobutamina. Para tanto, foram utilizados três grupos de cães: G1 (n=8) grupo controle, G2 (n=7) animais com DMVM e diâmetro interno do ventrículo esquerdo em diástole indexado à aorta (DIVEd/Ao) < 2,37 e G3 (n=6) animais com DMVM e DIVEd/Ao ≥ 2,37 em um total de 21 animais. O ecocardiograma foi realizado antes (T0) e após (T1) infusão contínua com dobutamina, que foi realizada da seguinte forma: 5μg/kg/minuto por cinco minutos e 10μg/kg/minuto durante 10 minutos (T1). Os resultados foram avaliados pelo teste de Tukey com nível de significância de 5% quanto às variáveis fração de ejeção (FEJ%) (variação percentual média (VPM) de FEJ% antes e após a infusão de dobutamina), VPM de fração de encurtamento (FEC%) e diâmetros internos do ventrículo esquerdo em sístole e diástole indexados pelo diâmetro da aorta (DIVEs/Ao e DIVEd/Ao). Os resultados acerca da VPM FEC% e VPM FEJ%,demonstraram que houve diferença estatística quanto à primeira variável entre os grupos G1 com G3, bem como entre G2 e G3, enquanto em relação à segunda, apenas o G1 e G3 diferiram estatisticamente. Por outro lado não houve diferença significativa (p>0,05) para as médias obtidas pré e pós dobutamina da FEC% e FEJ% entre todos os grupos, no entanto, houve diferença significativa dentro os grupos G1 e G2 quando analisados os momentos T0 e T1. Outrossim, verificando as médias obtidas do DIVEd/Ao, conclui-se que houve diferença entre os grupos G1 e G3 como também entre G2 e G3 (p<0,05). Por sua vez, as médias obtidas do DIVEs/Ao diferiram significativamente (p<0,05) em todos os grupos pré (T0) e pós dobutamina (T1), exceto no G3. Entre os grupos, as médias no T0, têm diferença estatística significante entre os grupos G1 e G3 (p<0,05). Ademais, Em relação ao VVEs/m², dentro dos grupos houve diferença significativa apenas entre G1 e G3. Já entre os tempos, apenas o G1 houve diferença entre T0 e T1. Por fim, constatou-se significância estatística (p<0,05) quando se correlacionou DIVEd/Ao com a VPM FEC% e VPM FEJ%, demonstrando que quanto maior o DIVEd/Ao menores são estas variáveis. Desta forma, conclui-se que a dobutamina é capaz de evidenciar disfunção sistólica em animais com DMVM, principalmente naqueles que têm um remodelamento maior (G3), sendo capaz de inferir uma forte relação entre o tamanho do DIVEd/Ao e disfunção sistólica. Além disso, notou -se que em animais com menor remodelamento do ventrículo esquerdo (VE), como os do grupo G2, a resposta inotrópica ao desafio farmacológico foi satisfatória, revelando a presença de reserva contrátil nestes pacientes. Por fim, o teste de estresse com dobutamina mostrou-se eficaz, seguro e aplicável na rotina clínica.