Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Barbosa, Elizabeth Gorgone [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
eng |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/138106
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Resumo: |
Espécies invasoras e queimadas não-controladas são consideradas atualmente grandes ameaças à diversidade do Cerrado. Gramíneas invasoras podem alterar propriedades do material combustível, afetando o comportamento e regime do fogo em áreas invadidas. Para algumas invasoras, no entanto, o uso do fogo, dependendo de sua época e intensidade, pode auxiliar no manejo e controle dessas espécies. Desta forma, o objetivo desta tese foi avaliar a relação de retroalimentação entre uma gramínea invasora, Urochloa brizantha e o fogo no Cerrado. Para isso, foram realizados experimentos de queima controlada (2012-2015) em uma área de campo sujo na Reserva Natural Serra do Tombador (Goiás), a fim de verificar como U. brizantha afeta o comportamento do fogo, comparando queimadas em áreas invadidas e não invadidas e, em diferentes estações do ano. Além disso, foi avaliado como o fogo em diferentes frequências (anual, bienal e não queima) e épocas (meio e final da seca) afetam a invasora e as espécies nativas. Ainda, por meio de experimentos em laboratório, foram testados os efeitos indiretos (flutuação de temperatura) e diretos (choques térmicos) do fogo em sementes de U. brizantha e de outras invasoras (U. decumbens e Melinis minutiflora), assim como em sementes de gramíneas nativas, a fim de verificar como a germinação destas espécies é afetada pelo fogo. A presença de U. brizanha modifica o comportamento do fogo no meio da estação seca, aumentando o tamanho das chamas. No entanto, no final da estação seca, o fogo em áreas invadidas é mais intenso. Verificamos também que, independentemente da frequência ou época, o fogo reduz a biomassa morta de U. brizantha. Queimadas bienais no final da estação seca reduziram a cobertura de U. brizantha, mas não sua biomassa, enquanto que queimadas bienais no meio da seca tendem a facilitar a invasão em novas áreas. Com exceção dos gramínoides, que tiveram sua cobertura reduzida, as espécies nativas não foram afetadas pelo fogo. Sementes de U. brizantha e U. decumbens têm sua dormência quebrada com as flutuações de temperatura, independente do fogo, aumentando desta forma, sua porcentagem de germinação. Quando submetidas a choques térmicos (altas temperaturas), as sementes de Melinias minutiflora se mostraram resistentes, enquanto que as sementes de U. brizantha resistem e germinam com temperaturas menores de 200°C. Por outro lado, a germinação de U. decumbens não é afetada, mas a viabilidade das sementes diminui a partir de 100ºC. U. brizantha afeta o comportamento do fogo e se regenera rapidamente pós-fogo, o que indica que o fogo sozinho não poderia controlar esta espécie, mas poderia ser utilizado como controle de material combustível. Os resultados deste estudo poderão auxiliar na compreensão dos processos de invasão de U. brizantha e, sua relação com o fogo e assim, subsidiar ações de manejo em unidades de conservação. |