Perspectivas conceituais em leitura na escola: a intertextualidade e a interdisciplinaridade a favor da dialogia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Barbosa, Solange Esmeralda Costa [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/148546
Resumo: O trabalho apresenta algumas reflexões sobre os conceitos de leitura que educadores de várias áreas do conhecimento possuem e relaciona-os com o uso da leitura na escola, tanto disciplinar quanto interdisciplinarmente à luz dos estudos conceituais de leitura de Leffa (1996) ), Dehaene (2012), Koch (1993), Koch; Elias (2012), Kleiman; Moraes (1999), Charmeux (1997) e Colomer; Camps (2002); e com proposições interdisciplinares conforme Kleiman; Moraes (1999). Centrou-se nos conceitos sóciointeracionistas de Vygostsky (1994, 2001) e dialogia e polifonia de Bakhtin (1992, 2011). Tal estudo justifica-se em virtude da importância da leitura na construção das histórias e formação das identidades dos sujeitos e, devido ao papel que a formação conceitual exerce na realização de trabalhos consistentes em qualquer área do saber, acredita-se que o conhecimento por parte dos educadores do processo envolvido no ato da leitura, bem como outros elementos relacionados a essa prática, pode tornar-se um aliado das práticas leitoras nas escolas. Este estudo utilizou como modalidade de pesquisa qualitativa a pesquisa ação segundo Thiollent (1988) e o estudo de caso conforme André (2013) e propôs uma pergunta sobre o conceito de leitura para vinte e seis (26) professores de diversas áreas do conhecimento que lecionam na E.E.Dr. Luiz Zuiani, na cidade de Bauru, São Paulo. Além disso, como a leitura é um elemento fundamental para o desenvolvimento dos indivíduos, não são apenas as áreas da linguagem, mas outras áreas do conhecimento têm apresentado trabalhos sobre o assunto e por isso, este estudo também ocupou-se em observar o tratamento didático da leitura em projetos interdisciplinares aplicados no primeiro semestre de 2016, na escola supra citada e na E.E. Profa. Maria de Campos Pires Maciel, em Guaianás, distrito de Jaú, São Paulo. O objetivo deste estudo foi analisar se o conceito de leitura que os docentes revelam interfere no trabalho didático com leitura na escola. A partir da análise dos dados coletados é possível relacionar que o conceito de leitura apresentado pelos professores condiz com práticas de leitura que priorizam extração ou atribuição de sentido e não interação e que tal visão dificulta práticas dialógicas de leitura, as quais podem se revelar como estimuladoras do ato de ler. Este trabalho considera que entender a leitura como elo interdisciplinar equivale a compreender que a realidade e suas ocorrências sociais, científicas, econômicas, tecnológicas, ambientais e outras que permeiam o cotidiano não se apresentam fragmentadas, mas como “um todo” e somente podem ser entendidas ou lidas, ao tomar-se a leitura interligada efetivamente à compreensão, como proposto por Leffa (1996) e por Marcuschi (2008), que assegura que “ler e compreender são equivalentes” e “memorizar não é o mesmo que compreender”, além de acrescentar que “a compreensão é também um exercício de convivência sociocultural” (MARCUSCHI, 2008), confirmando o caráter intrinsicamente dialógico da leitura. Assim, o ensejo é que este estudo colabore para um olhar docente mais cuidadoso com a leitura e suas estratégias, tanto no trabalho em sala de aula quanto na sua utilização e valorização como ferramenta essencial para o desenvolvimento de projetos interdisciplinares.