Demanda supra-postural em tarefas de ancoragem háptica afeta a estabilidade postural?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Magre, Fernanda Lopes [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/158281
Resumo: Os sistemas sensoriais e motor trabalham de forma integrada para restabelecer o equilíbrio corporal durante a realização de outras tarefas (e.g., carregar uma bandeja com copos, trocar uma lâmpada enquanto equilibramos numa escada, etc.), as quais identificamos como “supra-posturais”. Ainda, indivíduos usam a percepção háptica para incorporar ferramentas na realização dessas tarefas que podem, concomitantemente, auxiliar no controle da postura. Uma ferramenta identificada como útil ao controle postural é o sistema âncora que consiste numa tarefa de manipular sutilmente cabos flexíveis anexos a cargas de reduzida massa que ficam em contato com o solo. Segurando a ponta desses cabos com as mãos, os indivíduos, via exploração ativa do sistema háptico, ajustam seu corpo no espaço mais eficientemente do que sem esta ferramenta. O objetivo desse estudo é analisar em tarefa de ancoragem háptica como componentes de tarefa supra-postural (i.e., deslocar o sistema âncora ritmicamente para cima e para baixo; com e sem contato com o solo e com e sem presença de cargas anexas ao sistema âncora) afetam os níveis de oscilação corporal em tarefas de equilíbrio. Participaram do estudo 15 adultos jovens que realizaram duas sessões de coleta em dias distintos (sessão de ancoragem com cargas e sessão de ancoragem sem cargas). Os participantes ficaram em pé sobre uma plataforma de força com os pés na posição tandem, vendados, durante 30 segundos, e, ao som de um metrônomo (55 BPM), levantaram e abaixaram ritmicamente o sistema âncora (i.e., com cargas anexas) ou cabos de nylon livres (i.e., sem cargas anexas) de acordo com as seguintes condições: ancoragem estática, ancoragem dinâmica em fase, ancoragem dinâmica fora de fase e ancoragem mista. As mesmas condições foram realizadas nas duas sessões de ancoragem. Para cada condição foram realizadas 2 tentativas. As variáveis do centro de pressão (COP) incluíram o comprimento total do COP (CT-COP), RMS do deslocamento médio-lateral (RMS-ml), velocidade média de oscilação médio-lateral (Velocidade-ml) e frequência com 80% da potência espectral na direção médio-lateral (F80-ml). Os resultados revelaram que um sistema de ancoragem sem cargas não promove efeitos estabilizadores na postura, o que não o caracteriza como uma tarefa predominantemente supra-postural. Ainda, manter as cargas em suspensão durante uma tarefa de ancoragem não promove efeitos estabilizadores na postura tal como ocorre ao manter as cargas em contato com o solo. Por fim, ancorar-se com cargas estáticas no solo promove efeitos estabilizadores para a postura melhores do que ancorar-se com cargas de forma dinâmica. Esses resultados demonstram a influência da informação sensorial para controlar a postura em um sistema de ancoragem háptica, que depende de uma referência fixa para orientação postural (i.e., cargas das âncoras em contato com uma superfície).