Prevalência de patógenos relacionados a mastite bovina, identificados por espectrometria de massas, em dípteros capturados no ambiente de ordenha

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Bertolini, Amanda Bezerra
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/218060
Resumo: São conhecidas mais de 150 mil espécies de dípteros, que podem veicular cerca de 200 micro-organismos patogênicos e mais de 65 doenças para humanos e animais, incluindo a mastite em animais domésticos. A mastite bovina é a doença que acarreta maiores prejuízos econômicos em animais destinados a produção de leite, cujos patógenos são tradicionalmente classificados em contagiosos e ambientais. Apesar da complexidade de espécies e do potencial de transmissão de patógenos, são escassos os estudos investigando bactérias relacionadas à ocorrência de mastite bovina em dípteros capturados no ambiente de ordenha, tampouco utilizando métodos moleculares para a detecção dos micro-organismos. Neste cenário, foram coletados 217 espécimes de insetos em nove diferentes fazendas (24 amostras/fazenda) de manejo similar localizadas nos estados de Minas Gerais e São Paulo, Brasil. Os espécimes de dípteros foram submetidos a identificação entomológica de famílias e espécies. Foram identificadas 11 famílias de dípteros, com predomínio da Muscidae (152/217=70%), seguida da Tachinidae (23/217=10,6%). A totalidade dos espécimes de dípteros foi submetida ao cultivo microbiológico utilizando meios convencionais (ágar sangue e MacConkey) e seletivos (caldo EC e Onefarm SmartColor 2™) e os isolados foram identificados por espectrometria de massas. A partir dos espécimes foram identificados 275 micro-organismos - isolados ou em associação. Considerando a classificação tradicional dos agentes de mastite bovina, foi identificado o predomínio de isolados de origem ambiental (166/275=60,4%) nos dípteros, com maior frequência de Enterococcus spp. (70/275= 25,4%) e Escherichia coli (49/275= 17,8%) e menor frequência de contagiosos (32/275=11,6%). Em 28% (77/275) dos isolados foram detectados agentes não tradicionais de mastite bovina (miscelânea), embora foram identificados patógenos relacionados à infecções/ intoxicações em humanos, como Bacillus cereus, Stenotrophomonas maltophila e espécies de Acinetobacter. Na família Muscidae foram identificados 186 isolados, dos quais 66,1% (123/186) ambientais, com predomínio de Enterococcus spp. (47/186=25,3%) e Escherichia coli (36/186=19,3%), enquanto na família Tachinidae foram identificados 38 isolados identificados com maior frequência de miscelânea (20/38=52,6%); Infere-se a elevada complexidade de micro-organismos que podem ser veiculados por dípteros capturados no ambiente de ordenha de vacas, incluindo agentes de mastite bovina principalmente de origem ambiental, bem como patógenos associados a infecções e intoxicações alimentares de relevância em saúde humana.