O movimento negacionista e o Ensino de Ciências: significações de licenciandos em Ciências Naturais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Nunes, Francine Antunes [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/310181
Resumo: O objetivo desta pesquisa é compreender os sentidos e significados atribuídos ao movimento negacionista por licenciandos/as em ciências da natureza em uma universidade pública do estado de São Paulo. O movimento negacionista, que atinge alcances cada vez maiores no Brasil, passou a ser parte do cotidiano das pessoas, estando presente nos mais diversos ambientes, inclusive nos escolares e acadêmicos. Apesar de parecer recente, esse movimento remonta à Grécia Antiga e encontrou terrenos férteis ao longo da história, principalmente em momento de crise, no qual a luta pela verdade se acirra. A compreensão do movimento negacionista para além da simples negação da ciência se faz necessária para o enfrentamento e o combate deste ideário. A escola, enquanto local onde há reprodução da lógica neoliberal, reproduz estas formas de pensamento, contribuindo para a alienação dos indivíduos. Nesse sentido, professores/as de ciências naturais desempenham um papel essencial no processo de formação de indivíduos críticos, a partir da formação de suas consciências e concepções de mundo a partir dos conhecimentos científicos, filosóficos e artísticos. Portanto, a educação e o ensino de conceitos científicos são centrais para a superação desse contexto. Para a realização deste estudo, foi utilizada a aplicação de um questionário e, posteriormente, o desenvolvimento de grupos focais para a coleta de dados: 108 licenciandos/as dos cursos de biologia, física e química participaram respondendo ao formulário; destes, 9 fizeram parte dos grupos focais. De maneira geral, os/as licenciandos/as possuem significações reducionistas sobre o movimento negacionista, caracterizando-o por vezes como diretamente relacionado às crenças ou à política; outras vezes, como uma opção pessoal de cada indivíduo. Ao mesmo tempo, o ensino de ciências e o papel dos/as professores/as são compreendidos como uma possibilidade de resistência ao movimento negacionista, porém não nas condições atuais, pois são insuficientes frente aos avanços do negacionismo científico. Quanto à formação inicial destes futuros/as professores/as, unanimemente eles apontam a falta da abordagem do assunto durante suas graduações; o movimento negacionista é apenas apresentado como algo a ser combatido, sem que estes/as licenciandos/as sejam instrumentalizados/as para refletir sobre o tema. Faz-se necessária a discussão do tema nas formações iniciais de professores/as. Para além, é essencial que a formação inicial forneça as bases para a formação de indivíduos críticos, a partir de uma concepção materialista-dialética da educação, ciência e de professores/as.