A constituição do conhecimento geométrico: um estudo fenomenológico sobre a compreensão de educadores matemáticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Souza, Ronaldo Araújo de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/252490
Resumo: O objetivo deste trabalho é compreender a constituição do conhecimento geométrico, evidenciando possibilidades didático-pedagógicas de se trabalhar com a geometria, em sala de aula, sob uma perspectiva fenomenológica. Os dados foram produzidos por meio de entrevistas abertas com educadores matemáticos que realizam trabalhos com o ensino de geometria e com a pesquisa de postura fenomenológica. As entrevistas iniciaram com a pergunta norteadora: “como o/a professor/a compreende a constituição do conhecimento geométrico?”. As professoras e os professores participantes da pesquisa se expressaram sobre o tema de maneira espontânea, segundo o sentido que a pergunta fez para eles, descrevendo suas experiências vividas. Em alguns momentos, o pesquisador solicitou aos entrevistados que explicitassem com maior profundidade uma determinada situação ou tema que fora descrito, visando dirimir obscuridades do dito. As entrevistas foram gravadas e, posteriormente, revistas e transcritas manualmente pelo pesquisador. A transcrição foi realizada mantendo a linguagem espontânea dos entrevistados e a máxima fidedignidade possível do expresso na fala falada. A pesquisa foi desenvolvida segundo as orientações da pesquisa qualitativa, sob um enfoque fenomenológico, buscando explicitar o sentido da interrogação: “como educadores matemáticos que pesquisam sobre geometria em uma abordagem fenomenológica compreendem a constituição do conhecimento geométrico?”, que norteia este trabalho na busca por compreensões fenomenológicas acerca da constituição do conhecimento geométrico. Os dados foram analisados seguindo o rigor fenomenológico, que se dá em dois movimentos, denominados Análise Ideográfica e Análise Nomotética. A Análise Ideográfica consistiu na análise individual dos textos das entrevistas transcritas, buscando destacar as particularidades das descrições e articular as “Ideais Nucleares – IN”, que expressam o núcleo do dito por cada pessoa entrevistada. Nesse movimento, foram articuladas 75 Ideias Nucleares. O segundo movimento, a Análise Nomotética, consistiu na busca pelas convergências das Ideias Nucleares de modo a reduzi-las em asserções mais gerais, visando articular as “Categorias Abertas – CA”. Nesse movimento, articularam-se três Categorias Abertas: CA.1 - A constituição do conhecimento geométrico na dimensão transcendental como articulação e expressão estruturada linguisticamente de aspectos do mundo percebido; CA.2 - A estrutura científica da geometria recobre o conhecimento geométrico originário e; CA.3 - Assumir a orientação fenomenológica em sala de aula exige uma mudança de postura frente aos estudantes e ao conhecimento geométrico. Finalmente, essas categorias foram interpretadas à luz do fenômeno interrogado, da literatura especializada em Educação Matemática, das descrições dos entrevistados e do horizonte vivenciado pelo pesquisador. Compreendemos que há uma dimensão existencial do conhecimento geométrico que se abre e se funda na percepção originária. Do ponto de vista fenomenológico não há uma superação dessa percepção, pois ela motiva e permanece no movimento de constituição. Assim, o percebido faz sentido para o sujeito, que compreende e busca expressá-lo por meio da linguagem. Esta garante a publicidade do conhecimento, possibilitando o diálogo entre os cossujeitos envolvidos com a atividade investigativa. Nessa dimensão linguística, o conhecimento é objetivado e validado pela comunidade na qual o sujeito está inserido.