Caracterização morfológica do pênis de espécies de morcegos vespertilionídeos dos gêneros Histiotus, Lasiurus e Myotis (Chiroptera, Mammalia)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Jubilato, Fernanda Costa [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/138901
Resumo: A família Vespertilionidae é cosmopolita e com maior número de espécies entre os Chiroptera; apesar disso, informações detalhadas sobre os diferentes táxons dessa família ainda são insuficientes para as interpretações evolutivas e formulações de relacionamentos entre os táxons. Características morfológicas reprodutivas como variações intra e interespecíficas da morfologia peniana e presença ou ausência de báculo (osso peniano) têm se mostrado importantes na avaliação dos relacionamentos evolutivos de diferentes táxons de mamíferos, incluindo Chiroptera, porém, para os vespertilionídeos elas ainda são restritas. Histiotus, Lasiurus e Myotis são táxons complexos de Vespertilionidae, por isso, com o objetivo de fornecer novas informações sobre eles o presente estudo analisou e descreveu a morfologia interna e externa do pênis, da glande peniana e do báculo das espécies Histiotus velatus, Lasiurus blossevillii, L. cinereus, L. ega, Myotis albescens e M.nigricans. Os resultados mostraram que nas espécies analisadas o pênis é semi-penduloso, tem uma glande pequena e subcônica, desprovidada de projeções epidérmicas, e um prepúcio espesso e vascular. Apesar das seis espécies compartilharem está condição geral para o pênis, foram encontradas diferenças significativas entre elas na constituição e arranjo dos tecidos peniano. Os pênis apresentaram três tipos de tecidos eréteis, o corpo cavernoso, o corpo esponjoso e o corpo cavernoso acessório, contudo, houve variação na quantidade e disposição destes tecidos na composição do pênis das espécies. Lasiurus blossevillii e M. albescens apresentaram apenas um corpo cavernoso no pênis, que se estendeu da base do corpo até o início da glande. Histiotus velatus, L. cinereus e L. ega apresentaram dois corpos cavernosos, que em H. velatus percorreu toda a extensão do pênis, ou seja, da base até o início da glande, enquanto que em L. cinereus e L. ega eles se fundem a partir da região mediana do pênis, constituindo a partir dai apenas um corpo cavernoso. Em M. nigricans o pênis apresentou três corpos cavernosos nas porções mais basais, que a partir da região mediana se fundem em um único corpo cavernoso estendendo-se até a glande. Com exceção de M. nigricans em que o tecido cavernoso acessório ocorre desde a região mais basal do corpo do pênis até o ápice da glande, na forma de uma única massa bem abrangente na região latero-dorsal do pênis, nas demais espécies ele se distribui em duas massas de menor proporção também dispostas dorso-lateralmente. O báculo, presente na glande das seis espécies, variou em tamanho, de 0,66 mm a 1,14 mm, exibidos pelas espécies M. nigricans e L. ega, respectivamente, e a morfologia variou, até mesmo entre as espécies congenéricas, indicando que a morfologia do báculo é uma característica útil na diagnose dessas espécies. A maior similaridade morfológica do báculo foi observada entre H. velatus e M. albescens.